Bombas enviadas ao Rio Grande do Sul tem capacidade de drenar dois mil litros de água por segundo| Foto: Divulgação/Sabesp
Ouça este conteúdo

Com aproximadamente 10 toneladas cada, 18 bombas emprestadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ao Rio Grande do Sul têm a missão de auxiliar no escoamento da água que segue parada sobre bairros inteiros nesta que é a pior enchente vivida pelo estado em sua história.

CARREGANDO :)

Até a segunda-feira (20) esses equipamentos estavam em operação nas cidades de São Leopoldo, Canoas, além dos bairros de Sarandi e Humaitá, na capital gaúcha. A região do Aeroporto Salgado Filho, inundada e com a estrutura interditada, recebe uma delas para auxiliar na drenagem.

"(As bombas) estão sendo bem efetivas no trabalho de drenagem das águas que se acumularam por conta dessa chuva intensa. A Sabesp está com 14 equipes de eletromecânica no local ajudando na recomposição das elevatórias de águas pluviais e de esgoto", diz Agostinho Geraldes, superintendente de manutenção estratégica da Sabesp.

Publicidade

Nove das 18 bombas da Sabesp permanecerão em Porto Alegre, onde o Guaíba atingiu marcas históricas próximas a 6 metros acima da cota de inundação e, até então sem auxílio de equipamentos, tem baixado lentamente. Outros oito equipamentos funcionarão no município de Canoas e uma na cidade de Novo Hamburgo.

Como funcionam as bombas flutuantes da Sabesp

Como as motobombas não precisam de estrutura fixa e são flutuantes, elas acompanham o nível da água e podem facilmente ser deslocadas de um ponto a outro dos alagamentos. Elas navegam pelas águas da enchente fazendo a sucção de baixo para cima e, com mangueiras de cerca de 40 metros de comprimento, têm capacidade de drenar dois mil litros de água por segundo.

Segundo a Sabesp, cada uma delas consegue encher uma piscina olímpica em apenas 30 minutos. Após a aspiração dos pontos inundados, a água é devolvida ao rio Guaíba e à várzea do rio Gravataí. "Elas ficam 24 horas (por dia) operando, o tempo todo aduzindo a vazão da água. Um técnico também acompanha o movimento do fluxo da água, se de repente vir algum material", explica Geraldes.

De acordo com a Sabesp, o primeiro conjunto que entrou em operação em Canoas foi instalado em um tempo recorde de menos de dois dias — geralmente a instalação dura cerca de uma semana.

Os equipamentos que desembarcaram no Rio Grande do Sul foram levados por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) e carretas do Exército Brasileiro. As bombas foram usadas em outra crise climática histórica: em uma das piores estiagens da história do Sistema Cantareira, registrada há dez anos no estado de São Paulo.

Publicidade

Na crise hídrica de 2014, no entanto, elas eram utilizadas para bombear para cima a água do chamado volume morto do Cantareira, que fica em um nível abaixo dos túneis de captação.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]