Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Amazonas, um casal dono de uma pousada em Presidente Figueiredo, que fica localizada cerca de 120 quilômetros de Manaus, confessou ter assassinato a artista venezuelana Julieta Hernández Martínez, de 38 anos, que estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro.
A Polícia Civil do Amazonas confirmou que a vítima foi estuprada antes de ser morta pela dupla. O corpo foi localizado enterrado perto da pousada, em Presidente Figueiredo. A artista que atuava no Circo di SóLadies estava no Brasil desde 2015.
Martínez estava viajando de bicicleta. Ela saiu do Rio de Janeiro e planejava chegar até a cidade de Puerto Ordaz, na Venezuela. A artista tinha o costume de dormir na casa de artistas ou em pousadas, segundo a polícia.
A venezuelana estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro. Segundo informação da SSP-AM, Martínez dormia na rede, na varanda da pousada, quando foi surpreendida pelo dono do local, de 32 anos. O homem ameaçou a artista com uma faca e obrigou a fazer sexo oral. Em seguida, pediu à sua namorada que amarasse seus pés e a estuprou. A polícia afirmou que o homem havia usado crack horas antes de cometer o crime.
Na sequência, a namorada ficou com ciúmes e jogou álcool nos dois e ateou fogo. Mesmo com fogo o homem partiu para cima da artista e a matou com uma gravata. O corpo foi encontrado em uma cova a 15 metros da entrada da pousada.
O caso foi solucionado, após um morador da região encontrar partes da bicicleta da artista. O munícipe avisou as autoridades. A polícia interrogou o casal, que acabou confessando o crime e indicando onde estava o corpo da vítima. A dupla foi presa em flagrante e após audiência de custódia, a justiça decretou a prisão preventiva do casal.
O inquérito apura os crimes de estupro e homicídio duplamente qualificado: motivo torpe e emprego de meio cruel. Além disso o casal deve responder por dois furtos, o da bicicleta e também do celular da artista.
O assassinato que tomou proporções nacionais foi lamentado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte). “É com tristeza e indignação que recebemos a notícia da morte da bonequeira, palhaça, artista e cicloviajante, Julieta Hernández. Com toda alegria e irreverência, Julieta viajava com sua arte conduzindo crianças e adultos ao mundo circense e por isso, sempre será lembrada. Inquieta em relação à desigualdade de gênero, sua busca por equidade é uma inspiração para todas nós”, afirmou a presidente da Fundação, Maria Marighella.
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