Chefe de milícia do Rio de Janeiro é encontrado morto após confronto com rivais

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O chefe de um grupo de milícia do Rio de Janeiro Alan Ribeiro Soares, conhecido como Nanan, foi encontrado morto na noite de sexta-feira (3) após um confronto na Zona Oeste da capital fluminense. Nanan era rival do grupo comandado por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, e foi encontrado pela Polícia ao lado de um outro homem, ainda não identificado.

Nanan e Zinho, ambos considerados foragidos pela Polícia, já foram aliados no passado. Agora travavam uma guerra por territórios na região de Santa Cruz. Nos últimos meses, uma série de ataques liderados por ambos os lados deixou várias vítimas fatais, entre elas duas mulheres mortas por balas perdidas em Santa Cruz, no fim de agosto.

O batalhão de polícia do bairro recebeu um chamado por volta das 18h30 de sexta-feira apontando um intenso tiroteio. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram os dois mortos atingidos por disparos de arma de fogo. Quatro carregadores e uma pistola também foram localizados próximos ao corpo de Nanan. A principal suspeita é de que houve uma tentativa de invasão no Santa Cruz.

Neste sábado (4) um ônibus foi incendiado na divisa das cidades de Nova Iguaçu e Seropédica, região que tem territórios disputados por grupos paramilitares rivais. Não houve registros de feridos. A polícia não confirmou se há relação entre o ataque ao ônibus e a morte de Nanan.

Zinho e Nanan já foram aliados no crime, apontam investigações da Polícia do Rio de Janeiro

O miliciano morto tinha quatro mandados de prisão. Um deles, expedido pela 1ª Vara Criminal da Capital no último dia 14 de setembro, por conta da morte de Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ex-vereador do Rio de Janeiro e ex-policial civil. O ex-parlamentar era suspeito de ser um dos fundadores da milícia da Zona Oeste, e foi assassinado a tiros de fuzil em agosto de 2022. As investigações feitas à época apontaram Nanan como um dos executores do crime, cometido a mando de Zinho.

A disputa entre Zinho e Nanan vinha se intensificando em 2023. Relatos de moradores do Santa Cruz davam conta de tiroteios constantes entre os dois grupos rivais, além de uma movimentação ostensiva de bandidos armados circulando pelos arredores da Zona Oeste.

Em 27 de outubro, duas pessoas foram encontradas mortas no bairro. Uma delas estava em um carro estacionado na Avenida João XXIII, mesmo local onde Nanan foi baleado. A outra vítima fatal foi morta a tiros na comunidade de Antares.

Em junho, outras cinco pessoas foram assassinadas na comunidade do Guandu, em Santa Cruz. Três das vítimas estavam perto de um carro roubado, também na Avenida João XXIII. Dias depois, mais duas pessoas foram baleadas e mortas na Rua Arlindo dos Anjos. Todos os mortos, apontam as investigações, tinham ligação com Nanan.