Gravadores de voz e dados registraram os momentos finais até a queda do voo da VoePass na sexta (9).| Foto: Isaac Fontana/EFE
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O brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informou no final da manhã deste domingo (11) que todas as informações de voz e de dados das duas caixas-pretas do voo da VoePass foram extraídas na íntegra e serão analisadas pelas autoridades brasileiras.

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Os dados, disse o brigadeiro, já foram validados e retratam os momentos finais até a queda do voo no começo da tarde da última sexta (9), em que vitimou 62 pessoas. Os dois gravadores foram abertos na sede do Comando da Aeronáutica em Brasília no sábado (10).

“Conseguimos [com] 100% de sucesso obter as informações de voz e de dados que correspondem aos momentos que antecederam a esse trágico impacto. [...] E agora aguardamos a linha de investigação de nossos investigadores que ainda se encontram aqui no ‘site crash’ [local da queda do avião] comigo regressarem a Brasília para a gente começar a trabalhar na transformação desse número enorme de dados para informação útil para a sociedade”, disse Moreno a jornalistas na entrada do condomínio residencial em Vinhedo (SP), onde o avião caiu.

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Moreno informou que as autoridades brasileiras têm total capacidade e autonomia para analisar os dados das caixas-pretas sem precisar enviar o material para averiguação de autoridades de outros países, e reafirmou que um laudo preliminar será divulgado em até 30 dias.

Apesar da autonomia e capacidade para a análise dos dados colhidos nas duas caixas-pretas, o comandante do Cenipa afirmou que autoridades de aviação da França e do Canadá, países que fabricaram o avião e os motores, respectivamente, vão auxiliar nas investigações. Representantes das fabricantes também contribuirão na apuração e já estão no Brasil.

“A próxima fase da investigação é a segregação do grupo moto-propulsor da aeronave, ou seja dos dois motores, que serão segregados e guardados na sede do nosso 4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) subordinado a Brasília, no Campo de Marte [capital paulista”, completou o brigadeiro.

O objetivo desta próxima fase é para técnicos do Cenipa analisem e apurem se os dois motores estavam em funcionamento e desenvolvendo potência no momento da queda.

Segundo Moreno, os agentes da agência francesa BEA e os técnicos da fabricante ATR chegaram ao Brasil na noite de sábado (10) e já deram início aos trabalhos de apuração. Os representantes da autoridade aérea e da fabricante canadense chegarão a Vinhedo neste domingo (11).

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O chefe do Cenipa também reforçou que os pilotos do voo não relataram nenhuma emergência aos órgãos de controle do tráfego aéreo.

Ainda neste domingo (11) o Cenipa começará a retirar os destroços do avião, que serão catalogados e levados parte para a sede do Seripa IV e parte para Brasília. A expectativa é de que as peças serão armazenadas em um hangar na mesma posição em que foram encontrados no condomínio, para se apurar como pode ter acontecido a queda e o impacto.

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A VoePass informou que também ajudará na remoção dos destroços e aguarda liberação do Cenipa para ter acesso ao local da queda do avião.

Os trabalhos de remoção dos corpos das 62 vítimas foram encerrados no começo da noite de sábado (10), e levados para o Instituto Médico Legal central da capital paulista. Dois já foram identificados, e os demais passam por exames variados com o auxílio de informações dos parentes, que são atendidos no local e que também foram abrigados em um hotel da cidade.

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Dos 62 corpos, 34 são masculinos e 28 femininos, entre eles os dois pilotos e as duas comissárias de bordo.

O avião era um ATR 72-500 que saiu de Cascavel às 11h58, com 18 minutos de atraso. O plano do voo, de cerca de 2 horas, se encerraria no aeroporto de Guarulhos. Informações preliminares dão conta de que às 13h21 o piloto parou de responder à torre de controle de tráfego aéreo. Um minuto depois a aeronave deixou de ser contactada pelo radar.

O avião estava a uma velocidade de apenas 48 km por hora em relação ao solo e caindo a uma taxa de quase quatro quilômetros por minuto. A queda ocorreu a 14 quilômetros do aeroporto internacional de Campinas (SP).

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