Dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, fugiram da unidade na manhã desta quarta (14). As informações preliminares apontam que eles são ligados ao Comando Vermelho e estavam detidos anteriormente em Rio Branco, no Acre. Esta é a primeira fuga de uma penitenciária federal de segurança máxima desde que o sistema foi criado em 2006.
À Gazeta do Povo, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do estado confirmou que foi pedido um reforço na segurança da região, mas as circunstâncias da fuga não foram informadas pela unidade ser gerida pelo Ministério da Justiça através da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
O ministério informou à reportagem que a Polícia Federal atua na recaptura dos dois detentos e na apuração das circunstâncias da fuga. A Polícia Rodoviária Federal também foi acionada para monitorar as rodovias da região em busca dos fugitivos.
Ainda segundo o ministério informou à Gazeta do Povo, o secretário André Garcia, da Senappen, viajou a Mossoró para acompanhar a operação de recaptura dos detentos e apuração das circunstâncias da fuga. Garcia foi nomeado na semana passada após a troca de comando na pasta, que passou de Flávio Dino para Ricardo Lewandowski.
Os detentos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, vulgo Querubim, Chapa, Cabeça de Martelo ou Martelo; e Deibson Cabral Nascimento, conhecido como Tatu, Deisinho ou Deicinho. Eles fazem parte da mesma facção criminosa liderada por Fernandinho Beira-Mar, que cumpre pena no mesmo presídio.
De acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), os dois detentos somam 155 anos de pena de prisão por assaltos a mão armada.
Mendonça e Nascimento estavam detidos anteriormente em um presídio de Rio Branco, no Acre, e foram transferidos para Mossoró em setembro do ano passado após uma rebelião violenta que terminou com cinco mortos em julho. Além da dupla, outras 12 pessoas foram transferidas para a penitenciária envolvidas no motim.
Esta é a primeira fuga na história de uma das cinco penitenciárias federais de segurança máxima do país, que são subordinadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, e agora abre a primeira crise sob o comando de Lewandowski.
Além de Mossoró, o sistema penitenciário federal conta com unidades em Brasília, Catanduvas (PR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS), e foi criado em 2006 para abrigar os detentos considerados de maior periculosidade do país, com um regime mais rígido do que nas demais unidades prisionais brasileiras.
"O Sistema Penitenciário Federal (SPF), coordenado pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN), é um regime de execução penal concebido com a finalidade de combater o crime organizado, isolando as lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade. Desde a sua criação, é referência de disciplina e procedimento, uma vez que nunca houve fuga, rebelião nem entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias, aplicando-se fielmente a Lei de Execuções Penais (LEP)", diz a Senappen.
A unidade de Mossoró foi inaugurada em 2009, tem capacidade para 208 detentos e está localizada a cerca de 15 quilômetros de distância do centro da cidade.
A fuga da penitenciária federal de Mossoró ocorre quase um ano depois do estado do Rio Grande do Norte ser alvo de mais de 300 ataques orquestrados por facções criminosas em que os detentos estavam descontentes com a falta de "regalias" -- como visitas íntimas -- após a rebelião no presídio de Alcaçuz, em 2017.
Na época, a rebelião terminou com 27 mortos e mais de 50 fugitivos.
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