Paulo Pimenta foi o escolhido por Lula para comandar ministério extraordinário.| Foto: Ricardo Stuckert / PR
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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), mostrou-se incomodado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela escolha de Paulo Pimenta, político gaúcho, para comandar o Ministério da Reconstrução do estado, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Afastado, temporariamente, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Pimenta é deputado federal desde 2003 e não teve o nome discutido com Leite. Durante a cerimônia de anúncio do pacote de ações para enfrentamento da crise no estado, o governador gaúcho não citou Lula nominalmente.

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A preocupação de Leite passa, especialmente, pela possível conduta do governo federal em querer tratar os assuntos do estado diretamente com Pimenta, sem passar pelo crivo do Palácio do Piratini, sede do governo gaúcho. Um dos regentes dessa insatisfação é o presidente do PSDB, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo: "Causou muita estranheza o fato de o presidente ter anunciado a autoridade federal sem ter sequer falado disso com o governador, que é a principal autoridade constitucional no estado", disse Perillo à Folha.

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que questionará na Câmara dos Deputados, os fundamentos legais para a criação do ministério a ser comandando por Pimenta. "Abre-se um precedente perigoso. É uma intervenção no estado não prevista na Constituição".

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Apesar dos desencontros na comunicação e insatisfações políticas, o próprio Leite negou qualquer incomodo, ao menos, na relação com Pimenta. Mais que isso, afirmou que a dor pela qual passa o povo gaúcho é maior do que qualquer questão eleitoral.

"Não contem comigo para disputa política, não contem comigo para disputa de vaidades, de egos, é em favor da sociedade. Temos uma população nesse momento que está sofrendo", afirmou.