O rombo nas contas da Americanas foi revelado no início de 2023, quando a empresa informou ao mercado inconsistências contábeis da ordem de mais de R$ 25 bilhões.| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo
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Um dia após ter sido detido pela Interpol em Madri, o ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, foi liberado pelas autoridades espanholas neste sábado (29). Ele que tem cidadania espanhola, além da brasileira, se mudou para a Espanha após a divulgação da fraude. O executivo precisou entregar o passaporte e terá que se apresentar a cada 15 dias.

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A defesa de Gutierrez argumenta que ele está "no mesmo endereço comunicado desde 2023 às autoridades espanholas e brasileiras" e acrescentou que "Miguel jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios".

A Polícia Federal informou que o pedido de prisão preventiva ocorreu pois o executivo negociou veículos e imóveis, tendo enviado os valores a offshores sediadas em paraísos fiscais.

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Ex-diretora deve se entregar

Já Anna Saicalli, que comandava o braço digital da empresa, teve a prisão revogada pelo juiz Marcio Muniz da Silva Carvalho, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, com a condição que a ex-diretora se apresente às autoridades portuguesas no aeroporto de Lisboa neste domingo (30) e entregue o passaporte à Polícia Federal assim que pisar em solo brasileiro.

Na decisão, o juiz indica que "ela deve se apresentar, sem ser detida, nem algemada, nem passar por qualquer tipo de constrangimento ou vexame". Restando, apenas, ser acompanhada pelas autoridades policiais até o seu embarque no voo para o Brasil.

Anna e Gutierrez foram os únicos alvos de mandados de prisão preventiva da operação Disclosure, deflagrada na quinta (27) pela PF, por suspeita de ligação com o rombo de R$ 25,2 bilhões na Lojas Americanas.