O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi nomeado nesta terça-feira (7) para comandar a secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação na prefeitura de São José (SC), na Região Metropolitana de Florianópolis. Vasques comandou a PRF durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e é alvo de inquérito da Polícia Federal (PF).
A nomeação foi confirmada pelo prefeito Orvino Coelho de Ávila (PSD), reeleito em outubro de 2024 com mais de 41% dos votos. Na campanha, o prefeito recebeu o apoio de Vasques, que mesmo filiado ao PL se voltou contra a candidata de seu partido, a ex-prefeita Adeliana Dal Pont.
Silvinei Vasques, cuja estreita relação com a família Bolsonaro é amplamente reconhecida, havia sido cogitado para a prefeitura de São José, mas acabou sendo preterido em favor de Adeliana, escolhida pelo governador Jorginho Mello (PL-SC) devido a desavenças com o atual prefeito.
Inquérito investiga blitze comandadas por Silvinei Vasques nas eleições 2022
No inquérito da PF, Vasques é alvo de uma investigação sobre a realização de blitze para dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno das eleições em 2022. As ações teriam ocorrido principalmente no Nordeste, onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparecia em vantagem nas pesquisas eleitorais em relação ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Um dia antes do 2º turno daquela eleição, o ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, proibiu qualquer operação da PRF relacionada ao transporte público, gratuito ou não, disponibilizado às eleitoras e eleitores.
O ministro informou que o descumprimento poderia acarretar responsabilização criminal do chefe da PRF, por desobediência e crime eleitoral, bem como dos respectivos executores da medida.
No mesmo dia, Silvinei Vasques chegou a fazer uma publicação em rede social pessoal pedindo votos a Bolsonaro. A postagem foi apagada. Apesar da ordem de Moares, a PRF teria intensificado operações de fiscalização pelo país, principalmente no Nordeste.
Silvinei Vasques chegou a ser preso em agosto de 2023 por suposto uso irregular da máquina pública para interferir no processo eleitoral, impedindo ou dificultando o trânsito de eleitores. Um ano depois, Moraes mandou soltar o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal. Ao revogar a prisão, Moraes disse que os elementos que levaram à detenção de Silvinei no Complexo da Papuda não se aplicavam mais ao caso.
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