Em nota divulgada no início da noite deste domingo (11), a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), disse que os investigadores têm previsão de encerrar os trabalhos da ação inicial envolvendo o acidente aéreo com a queda do avião ATR-72-500 da Voepass em Vinhedo (SP) na segunda-feira (12). Um relatório preliminar sobre as causas do acidente deve ser divulgado em 30 dias.
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A aeronave com 62 ocupantes, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes, saiu de Cascavel (PR) às 11h46 de sexta-feira (9) e tinha como destino o Aeroporto Internacional em Guarulhos onde deveria pousar às 13h30. Às 13h21 caiu em uma área residencial em Vinhedo e pegou fogo assim que tocou o solo. Não houve sobreviventes.
Técnicos do Cenipa estão no local do acidente desde a sexta-feira (9). “Após a conclusão da ação inicial, a investigação avançará para a fase de análise de dados. Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, ao ambiente operacional e aos fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros”, descreveu a FAB.
Sobre a retirada dos destroços do avião do local do acidente, dentro de um terreno particular em uma área residencial em Vinhedo, a FAB informou que, após a liberação por parte do investigador Encarregado do Cenipa e do responsável pela investigação policial, será de responsabilidade do explorador da aeronave, ou seja, a companhia aérea, providenciar e custear a higienização do local, dos bens e dos destroços evitando “prejuízos à natureza, à segurança, à saúde, ou à propriedade” do dono daquele espaço e da coletividade.
Pela manhã a FAB informou que havia iniciado a remoção dos motores da aeronave de matrícula PS-VPB do voo 2283 da Voepass. “Os motores serão inicialmente armazenados em São Paulo (SP), nas instalações do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), Organização Militar da FAB subordinada ao Cenipa, para o prosseguimento das devidas averiguações técnicas”.
A ação também conta com a presença de representantes da Agência Francesa (Bureau D’enquetes Et D’analyses Pour La Securite De L’aviation Civile, France - BEA França), por ser responsável pela fabricação da aeronave, e, também, de representantes da Agência Canadense (Transportation Safety Board - TSB), responsável pela fabricação dos motores.
A operação para a retirada dos corpos se encerrou na madrugada deste domingo. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo onde passarão pela identificação. Como a maioria das vítimas está carbonizada, serão realizados testes de DNA, verificação comparativa de laudos de procedimentos médicos e arcada dentária. Não há data para estes procedimentos se encerrarem.
Doze vítimas foram identificadas e um corpo foi liberado
No fim da tarde deste domingo (11), o governo de São Paulo informou que 12 vítimas da queda do avião da Voepass haviam sido identificadas e que um corpo foi liberado para os familiares. “Outros sete devem ter o processo finalizado ainda neste domingo (11). As famílias são as primeiras a serem comunicadas sobre o avanço dos trabalhos de reconhecimento”, descreveu.
Foram acolhidas mais de 40 famílias de vítimas no Instituto Oscar Freire, onde deram informações para subsidiar o trabalho do IML. O espaço é localizado próximo à unidade do IML Central. “Parentes diretos forneceram também material biológico e deixaram contatos para posterior comunicação da identificação. Equipes da Defesa Civil auxiliaram no acolhimento”.
Dezessete familiares foram atendidos em Cascavel (PR) e a documentação deles deve chegar ainda neste domingo (11) em Guarulhos, levadas por dois peritos do Paraná.
“O IML Central foi direcionado para o atendimento exclusivo ao caso. A unidade recebeu todos os 62 corpos das vítimas do acidente aéreo. A unidade conta com cerca de 40 profissionais entre médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia auxiliando nos trabalhos”, informou o governo de São Paulo.
A Delegacia da Polícia Civil de Vinhedo confirmou a instauração de um inquérito policial para investigar o acidente aéreo. “As diligências estão em andamento com o objetivo de esclarecer os fatos. A Secretaria da Administração Penitenciária presta apoio na preservação do local do acidente desde sábado (10) com equipamentos antidrones operados por agentes penitenciários da região de Campinas. O auxílio foi necessário para impedir que drones não autorizados sobrevoem o local do acidente”, comunicou.
O estado de São Paulo, assim como o do Paraná, decretou luto oficial de três dias em solidariedade às 62 vítimas que estavam no voo. Eram 34 homens e 28 mulheres.
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