As forças de segurança retomaram nesta quarta (18) as operações no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, dando continuidade às ações iniciadas em 9 de outubro. Segundo o governo fluminense, as equipes estão atuando nas comunidades Nova Holanda, Parque União e Sem Terra, para cumprir mandados de prisão, retomar territórios e apreender armas e drogas.
A comunidade de Nova Holanda é a mesma visitada pelo ministro Flávio Dino, da Justiça, em março, sem a realização de uma operação policial preparatória. O ato gerou uma desconfiança de que ele subiu na favela após negociação com o Comando Vermelho.
Durante a operação desta quarta (18), a polícia apreendeu uma motocicleta roubada e uma caixa de medicamentos, além da descoberta de placas de identificação de veículos.
A Operação Maré foi desencadeada após uma investigação de dois anos da Polícia Civil revelar a existência de um centro de treinamento do tráfico que funcionava em uma quadra no Parque União. A ação também é uma resposta às mortes de três médicos, executados por engano em um quiosque na Barra da Tijuca.
Os traficantes dispararam mais de 30 tiros contra Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf Bomfim. De acordo com a polícia, os criminosos confundiram Perseu com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, o verdadeiro alvo. Os quatro envolvidos nas mortes foram executados a mando da própria facção à qual pertenciam e tiveram os corpos abandonados em carros.
O Complexo da Maré é uma área formada por 16 favelas, onde as facções do Comando Vermelho e do Terceiro Comando Puro (TCP) disputam o controle, resultando em confrontos armados frequentes.
Comunidade foi visitada por Flávio Dino
A comunidade alvo das ações desta quarta (18) foi visitada por Dino, em março. No entanto, fontes ouvidas pela Gazeta do Povo afirmam que a entrada dele na favela não teria ocorrido sem a permissão das lideranças do Comando Vermelho, a maior facção criminosa do estado, que controla parte do Complexo da Maré visitado pelo ministro, e sem uma operação policial de preparação.
Fontes ligadas às polícias Militar e Civil afirmam que a visita do ministro gerou críticas devido à facilidade de acesso, evidenciada por um vídeo que mostrava a chegada de Dino acompanhado de uma comitiva em dois carros oficiais.
O coronel Fábio Cajueiro, da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) e ex-comandante de operações no Complexo da Maré, disse à Gazeta do Povo na época que “nenhuma autoridade do Brasil ou de qualquer lugar do mundo entraria ali sem a autorização das lideranças do narcotráfico – seja juiz, promotor, desembargador, ministro, presidente”.
Um integrante da alta cúpula da Polícia Civil afirmou à reportagem, sob a condição de sigilo, que uma operação para estabilizar a comunidade de Nova Holanda demandaria o emprego de 100 a 200 policiais armados com fuzis.
Reforço na segurança do Rio
A operação desta quarta (18) faz parte das medidas de segurança adotadas pelo governo do estado, que solicitou reforço federal no final de setembro. Como parte dessas ações, 270 policiais rodoviários federais foram incorporados para reforçar a segurança nas rodovias federais, juntamente com 300 agentes da Força Nacional, sendo metade já destacada e a outra metade a caminho do Rio de Janeiro.
A Força Nacional e a PRF operaram em duas frentes, com ações ostensivas nas rodovias federais, portos e na Baía de Guanabara, além de atividades de inteligência.
Desde o começo da operação na Maré, uma pessoa foi presa e 11 toneladas de barricadas foram retiradas. Também foram apreendidas diversas quantidades de drogas de maconha e cocaína em vários processos de produção.
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