O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) condenou em 2ª instância o ex-policial miliar Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes, pelo sumiço das armas utilizadas no crime.
Lessa teve a pena aumentada de quatro para cinco anos de prisão em regime fechado por transformar um apartamento em depósito de armas. Os desembargadores destacaram as “consequências nefastas” do delito, vinculando as armas a homicídios que causam tormento à sociedade fluminense.
O pedido de ampliação da pena partiu do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Lessa está preso em um presídio de segurança máxima em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
A investigação sobre o sumiço da submetralhadora usada no assassinato de Marielle indica que a arma pode ter sido jogada no mar e nunca localizada. A sentença detalha o plano da quadrilha para ocultar as armas, flagrada por câmeras de segurança em Jacarepaguá, na Zona Oeste da capital fluminense, onde Lessa era proprietário o apartamento, em março de 2019.
Segundo a apuração, as caixas que armazenavam os armamentos foram jogadas ao mar horas depois da prisão de Lessa.
Na mesma decisão, a Justiça ampliou as condenações de Elaine Lessa, esposa de Ronnie, e de outras três pessoas, incluindo o cunhado do ex-PM
Elaine Lessa é acusada de arquitetar o plano para se desfazer das armas, e teve sua pena ampliada de quatro para oito anos de prisão em regime semiaberto. Bruno Pereira Figueiredo, cunhado de Ronnie, recebeu a mesma pena.
Josinaldo Lucas Freitas, acusado de jogar as armas no mar, teve a pena ampliada de quatro para seis anos, também em regime semiaberto. José Marcio Mantovano, flagrado carregando as caixas das armas, pegou sete anos de prisão.
A defesa de Mantovano informou que vai recorrer, enquanto as defesas de Ronnie Lessa, Elaine Lessa e Bruno Pereira Figueiredo não se manifestaram sobre a decisão. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Josinaldo Lucas Freitas.
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