Líder quilombola baiana foi assassinada a mando do tráfico, diz inquérito policial

De acordo com o inquérito da Polícia Civil da Bahia, a líder quilombola Maria Bernadete Pacífico ou  “Mãe Bernadete”, como era mais conhecida, foi assassinada a mando da liderança do tráfico de drogas que comandava a área da região metropolitana de Salvador (BA) onde está localizado o Quilombo Pitanga dos Palmares.

Maria Bernadete foi morta dentro da sua casa no dia 17 de agosto com 25 tiros, no município de Simões Filho (BA).

Seis pessoas foram indiciadas pelo crime. Cinco foram indiciadas pelo assassinato e uma por posse ilegal de arma. Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), um dos suspeitos de participar da execução está foragido.

Durante coletiva de imprensa, a delegada do caso, Andréa Ribeiro, afirmou que Maria Bernadete virou alvo dos criminosos quando confrontou interesse do tráfico na região.

As investigações apontaram um morador do quilombo, identificado como Sérgio, como sendo o instigador do crime.

Há relatos de discussões entre Sérgio e Maria Bernadete após a líder comunitária ter se manifestado contra a extração ilegal de madeira.

Segundo a polícia, Sérgio teria deduzido que Maria Bernadete seria a autora de uma denúncia anônima anterior que resultou na apreensão de madeira ilegal.

Depois do desentendimento com Maria Bernadete, Sérgio procurou os líderes do tráfico na região, Murilo dos Santos - o “Maquinista” e Ydney Carlos, o “Café”. Sérgio teria dito aos traficantes que Maria Bernadete poderia atrapalhar o tráfico porque estava atraindo a polícia para a região.

Diante da informação passada por Sérgio, os traficantes teriam ordenado a execução.

São acusados da execução um homem identificado como Arielson, que já está preso em Araças (BA), e outro identificado como Josevan, que está foragido.

A Polícia Civil informou que ainda existem outros inquéritos abertos para apurar o tráfico de drogas na região.