O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta terça (7) que o Rio Grande do Sul terá os recursos financeiros necessários da União para reconstruir o que está sendo destruído pelas enchentes que atingem o estado desde a última semana. Já são 388 municípios e mais de 1,3 milhão de pessoas afetadas.
Lula disse que “não haverá falta de recursos para atender as necessidades do Rio Grande do Sul”, e que o Brasil “deve muito” ao estado. “O que nós vamos fazer é devolver ao Rio Grande do Sul o que ele merece que seja devolvido, para ele poder tocar a vida”, afirmou em entrevista ao programa Bom Dia Presidente, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“A dificuldade inicial é que nenhum prefeito, e o governador disse com todas as letras no último domingo (5), tem noção do estrago que foi feito. Por enquanto, as pessoas imaginam, pensam, mas a gente só vai ter o estado real quando a água baixar e a gente ver o que aconteceu de fato”, emendou o presidente.
Ainda segundo Lula, com a aprovação do decreto de calamidade pública, os próprios ministérios como Saúde, Integração Nacional e Educação devem liberar os recursos necessários para o estado “de acordo com as necessidades fundamentais”. Ainda não se sabe quanto será efetivamente destinado, já que as cidades gaúchas seguem alagadas.
Lula afirmou que pediu ao ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para acertar a ida do governador Eduardo Leite (PSDB-RS) a Brasília para apresentar, quando for possível, as necessidades do estado. “E eu disse também ao governador que estamos interessados em ajudar na recuperação das estradas estaduais”, pontuou em relação à recuperação da malha viária do estado além das rodovias federais.
O decreto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados na segunda (6) e “evidentemente” vai passar no Senado nesta terça (7) segundo o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O projeto desvincula os recursos destinados ao estado da meta fiscal e dos limites orçamentários.
“A partir de hoje [terça], os prefeitos e o governo estadual podem cadastrar pedidos para escolas, creches, unidades de saúde, hospitais, recuperação de equipamentos. Só cadastrar que vai começar a acontecer imediatamente para atendimento do povo”, afirmou Lula.
Safra está afetada, diz presidente
As enchentes que atingem a maior parte do Rio Grande do Sul afetaram diretamente a colheita de arroz deste ano – o estado é o maior produtor do país –, o que pode provocar uma quebra na safra e levar à importação de alimentos. Isso, consequentemente, pode provocar um aumento no preço ao consumidor final.
“Agora com a chuva eu acho que nós atrasamos de vez a colheita [do arroz] do Rio Grande do Sul. Se for o caso para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, disse o presidente.
A possibilidade de importar principalmente arroz atinge diretamente a expectativa que o governo tinha de reduzir o preço dos alimentos com o início da colheita entre abril e maio. Em meados de março, ele cobrou dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura) uma solução, e teve a garantia que o início da colheita iria conter a alta da inflação acumulada até então.
Lula, no entanto, não comentou se o governo deve fazer alguma intervenção para evitar o aumento dos preços destes alimentos se for confirmada a necessidade de importação.
O boletim mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgado na manhã desta terça (7) aponta que já são 388 cidades atingidas em todo o estado, com mais de 1,3 milhão de pessoas afetadas. As enchentes fizeram 90 vítimas fatais e ainda há 361 feridos e 132 desaparecidos.
O estado gaúcho tem 203,8 mil pessoas fora de casa, sendo que 48,1 mil estão em abrigos e 155,7 mil desalojados.
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