Escolhido pelo governador Cláudio Castro com apoio do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (PL), o delegado Marcus Amim foi nomeado nesta quinta-feira (19) como secretário de Polícia Civil do estado. O delegado passa a substituir José Renato Torres, que ficou no cargo por menos de um mês.
Amim, que está na corporação há 21 anos – há 10 como delegado – é conhecido pelo perfil linha-dura contra o crime organizado. Apesar de até então estar ocupando a presidência do Detran-RJ desde junho deste ano, anteriormente o policial comandava a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ele também já esteve à frente da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e a 27ª DP (Vicente Carvalho).
Em maio deste ano, quando estava na DRE, comandou a operação que descobriu, um bunker do tráfico na favela de Parada de Lucas, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, construído no terreno de uma ONG. No local, dez traficantes que estavam dentro do bunker foram presos, e junto foram apreendidos fuzis, pistolas e granadas.
Na época, o delegado afirmou que a descoberta escancarava a proximidade de ONGs com o crime organizado. “É muito importante destacar dois pontos: primeiro, para quem tinha dúvidas de que algumas ONGs estão diretamente ligadas ao narcotráfico, essa operação de hoje acaba de espantar qualquer dúvida. A ONG realizava algumas atividades próprias de organizações não governamentais justamente para camuflar seu verdadeiro viés, que era esconder armamento do tráfico e esconder procurado da Justiça”, disse Amim em coletiva de imprensa.
Em sua fala, o delegado também reforçou a importância das operações da Polícia Civil e da Polícia Militar para coibir o avanço do crime organizado no estado. Desde 2020, uma série de ONGs têm encabeçado uma ofensiva no Supremo Tribunal Federal (STF), junto a partidos como PSB, PT e PSOL, pedindo uma série de restrições à presença da polícia nas comunidades do Rio de Janeiro. Ministros do STF já sinalizaram positivamente a uma série de demandas dessas entidades, o que tem levado o estado a uma crise sem precedentes na segurança pública.
Em comentário feito em um programa de televisão em setembro deste ano, Amim defendeu atuação mais enérgica da polícia contra criminosos armados que revidem incursões policiais nas comunidades dominadas pelo crime organizado.
"A polícia mata sim. Mata vagabundo que atira em polícia. E vai continuar matando. Tem que matar mesmo. Vagabundo que atira em polícia tem que ser morto. Tem que ser neutralizado. A lei diz isso, a Constituição diz isso", declarou.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião