A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, afirmou nesta segunda (24) que os incêndios recordes que atingem o Pantanal são criminosos e que já previa que 2024 seria um ano “severo” para o bioma. A declaração ocorreu após uma reunião de emergência na sala de situação, em que ela afirmou que houve uma intensificação da seca na região.
Um pouco antes, pela manhã, o Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência pela gravidade das queimadas. Até o último domingo (23), o bioma pantaneiro atingiu 3,2 mil focos de incêndio apenas neste ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma alta de 2.134% na comparação com o mesmo período de 2023.
Os dados de segunda (24) ainda não foram divulgados, já que o portal do Inpe que monitora as queimadas está fora do ar na manhã desta terça (25).
“Todos aqueles que fizerem uso do fogo para renovação de pastagem ou para atividade qualquer que seja ela, estará cometendo um delito”, disse Marina citando que há decretos de governos estaduais proibindo o manejo de fogo controlado até o final deste ano.
Marina afirmou, ainda, que a situação vivida no Pantanal deste ano é “uma das piores já vistas”. “Toda a bacia do Paraguai está em escassez hídrica severa, não tivemos a cota de cheia e nem o interstício entre o El Niño e La Niña", disse a ministra enfatizando que a seca e a falta de cheia têm causado um acúmulo de matéria orgânica que está propiciando incêndios fora do comum.
Ela ressaltou que, desde outubro do ano passado, o Ministério do Meio Ambiente vem atuando de forma intensa com a sala de crise montada e o direcionamento de 250 profissionais para o combate às chamas. Entre eles, disse, estão 175 brigadistas do Ibama, 40 do Instituto Chico Mendes e 53 da Marinha, com previsão de reforço adicional.
Recursos para o enfrentamento
A ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, assegurou que “não há limites de recursos” para enfrentar a situação. Ela disse que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) se reunirá na quarta (26) para discutir a liberação de créditos extraordinários para combater os incêndios.
“Não faltarão recursos do governo federal. É claro que com responsabilidade, analisando caso a caso. Os ministérios estarão apresentando os custos necessários. Estaremos trazendo quais são os possíveis créditos extraordinários que porventura serão necessários para que não faltem recursos para o combate ao fogo e a prevenção a incêndio”, afirmou a ministra reforçando que a consciência da população também é importante para enfrentar as queimadas.
Marina Silva e Simone Tebet planejam visitar Corumbá, no Mato Grosso do Sul, na próxima sexta (28), para acompanhar de perto os impactos dos incêndios.
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