O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) lançou nesta sexta-feira (7) uma operação para investigar desvios de recursos públicos na compra de cestas básicas para as vítimas das cheias no município de Cachoeirinha, na região de Porto Alegre. Segundo as apurações da “Operação Cesta Básica”, pode ter ocorrido superfaturamento na compra dos itens.
Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão na prefeitura municipal. São alvos da operação agentes públicos e fornecedores envolvidos nas contratações emergenciais. Os trabalhos foram autorizados pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
Gaeco investigou outros casos de possíveis desvios de cestas básicas no Rio Grande do Sul
No fim de maio, o MPRS já havia realizado outras investigações a respeito de irregularidades relacionadas às cestas básicas destinadas às vítimas das cheias. Naquela oportunidade, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão na prefeitura de Eldorado do Sul. As investigações revelaram que doações destinadas às vítimas das enchentes estavam sendo desviadas para beneficiar eleitores potenciais dos pré-candidatos investigados.
Foram apreendidos celulares, documentos e dinheiro nas residências dos suspeitos, na prefeitura e em depósitos da cidade. Após a operação, o MPRS solicitou que o Exército assumisse a distribuição das doações no município.
Em nota à imprensa, a prefeitura de Eldorado do Sul informou estar ciente das investigações e reafirmou seu “compromisso com a transparência, a ética e o respeito aos recursos destinados aos cidadãos”. A administração municipal afirmou que continuará “colaborando plenamente com as autoridades competentes para que todos os fatos sejam esclarecidos de maneira justa e rápida”.
Outra investigação por parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) gaúcho foi iniciada na cidade de Barra do Ribeiro. Assim como no caso apurado em Eldorado do Sul, havia indícios de que suprimentos destinados a vítimas das cheias na região teriam sido entregues indevidamente a uma entidade ligada a um pré-candidato nas próximas eleições municipais.
A operação foi conduzida pelo Gaeco em um local onde os itens desviados haviam sido armazenados, além da casa de dois suspeitos. Foram recolhidos documentos, celulares e mídias eletrônicas que, segundo os investigadores, podem servir como prova dos desvios das doações.
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