A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou, no começo da noite deste sábado (11), que o número de desabrigados em todo o estado por causa das enchentes disparou desde o começo do dia, passando de 441 mil no final da manhã para 618,4 mil.
A disparada se deu principalmente por conta dos novos alertas de enchentes na metade sul do estado, que deve sofrer com o aumento no nível dos rios por causa da chuva que voltou neste final de semana e da vazão da água que segue represada e escoando lentamente do Lago Guaíba, na região de Porto Alegre, para a Lagoa dos Patos e ao oceano.
Segundo o órgão, já são mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas pelos temporais e enchentes que atingem o estado desde a última semana. 136 pessoas morreram, 806 estão feridas e 125 seguem desaparecidas.
Das pessoas fora de casa, 81 mil estão em abrigos – eram 71 mil no final da manhã – e 537,3 mil estão abrigadas nas casas de parentes ou amigos. Entre os que estão em abrigos, o governo determinou um reforço na segurança após o registro de denúncias de assédio, e seis pessoas foram presas.
Do total de 497 municípios de todo o estado do Rio Grande do Sul, 446 relataram problemas decorrentes da chuva.
Ao longo de todo o dia, o nível do Lago Guaíba oscilou entre 4,57 e 4,7 metros segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). A previsão do tempo, no entanto, preocupa, já que se estima um volume de mais de 150 milímetros de chuva em boa parte do estado -- principalmente na região de Porto Alegre e entorno do Lago Guaíba, serra e Lagoa dos Patos.
A previsão fez as cidades principalmente na beira da Lagoa dos Patos entrarem em estado de atenção, como Pelotas e Rio Grande. Partes destes municípios já estão embaixo d'água, principalmente nas primeiras quadras às margens da lagoa.
A prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB-RS), afirmou que a expectativa é de que o pior momento da enchente, com a vazão das águas que já transbordaram no Lago Guaíba, ocorra entre segunda (13) e quarta (15).
"Por um lado, é muito angustiante. Por outro, temos tempo para nos preparar. Completamos uma semana de trabalhos para enfrentar as cheias", disse em entrevista à GloboNews neste sábado (11).
Durante a tarde, a prefeitura da cidade aumentou o perímetro de alerta para enchentes para mais bairros da cidade na beira da lagoa. Mascarenhas pediu que a população que vive nestas regiões “não deixe para a última hora” a saída das casas. “A partir de segunda-feira, vamos ter o pico, o momento mais grave, provavelmente, desta crise difícil”, afirmou.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) emitiu um alerta de alto risco para o Rio Grande do Sul neste domingo (12), destacando a ameaça de inundações, alagamentos, deslizamentos de terra e desabamentos devido às fortes chuvas que assolam o estado.
O aviso abrange várias regiões, incluindo Noroeste, Centro-Ocidental, Nordeste, Sudeste, Sudoeste Rio-Grandense e a Metropolitana de Porto Alegre.
A previsão do tempo indica a possibilidade de novos temporais durante o fim de semana, com volumes de chuva previstos para superar os 150 milímetros em muitas áreas do estado. Esse cenário é impulsionado pela passagem de uma frente fria e pelo desenvolvimento de uma área de baixa pressão no litoral gaúcho, resultando em um confronto entre ar quente e úmido e uma massa de ar frio, propício para a formação de nuvens carregadas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para chuvas mais intensas no centro-leste e nordeste do estado, incluindo a região metropolitana de Porto Alegre. O domingo (12) é esperado como o dia com maior volume de chuva, com acumulados podendo ultrapassar os 80 milímetros, o que aumenta o risco de níveis elevados nos rios, como nas bacias do Guaíba, onde pode superar os 5 metros.
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