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Operação Rio
Operação é realizada em oito comunidades do Complexo da Maré e mira, entre outros locais, centro esportivo que era usado para treinamento de traficantes.| Foto: divulgação/Governo do RJ

As forças de segurança do Rio de Janeiro iniciaram nesta terça (10) o segundo dia de uma operação conjunta contra o tráfico de drogas no estado. Os policiais retomaram um centro esportivo do Complexo da Maré que havia sido transformado em um campo de “treinamento tático” por uma facção criminosa.

Cerca de 1 mil homens das polícias Civil e Militar foram enviados para comunidades da Maré controladas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), em uma operação que abrange oito localidades, incluindo a Vila do João e a Vila dos Pinheiros, com 54 mandados de prisão para cumprir.

José Renato Torres, secretário da Polícia Civil, destacou que a operação busca devolver espaços públicos aos moradores e à comunidade, principalmente um clube que ficou emblemático com a piscina utilizada nas “aulas da facção”.

“É uma resposta do Estado principalmente por devolver esse espaço público, que ficou emblemático com a piscina, aos moradores, às crianças e à comunidade. Ontem atacamos uma facção e hoje estamos atacando outra. O cerco acontece desde a madrugada”, disse Torres ao G1.

Segundo informações do governo do Rio, as entradas das comunidades da Maré foram cercadas pela polícia. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a reocupação do centro de treinamento utilizado por traficantes no complexo.

Operação Rio
Ocupação do centro esportivo pela polícia.| divulgação/Governo do RJ

Conforme mostrou a Gazeta do Povo ainda em 2022, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que restringiram operações das forças de segurança nas comunidades cariocas contribuíram para o fortalecimento e a expansão dos territórios dominados por facções criminosas no estado. As restrições levaram à instalação de barricadas e realização de treinamentos com táticas de guerrilha dos traficantes.

Agentes também retornaram à Cidade de Deus, um dos alvos da operação do dia anterior, e foram ao Complexo da Pedreira para prender os responsáveis por detonar uma bomba caseira em um ônibus.

No primeiro dia de operações, após intensos tiroteios em diferentes pontos da capital controlados pelo Comando Vermelho (CV), nove pessoas foram presas, incluindo um PM. Dois corpos foram levados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não se sabe se havia relação com a operação. Além disso, dois helicópteros foram atingidos por tiros e precisaram fazer um pouso de emergência.

A investigação da Polícia Civil, que durou dois anos, reuniu imagens de bandidos fortemente armados recebendo treinamento em vários momentos do dia, incluindo simulações de uso de bombas. Os agentes identificaram pelo menos 400 membros do TCP na área do clube.

No primeiro dia da operação, cerca de 1 mil homens das polícias Civil e Militar tentaram prender os principais chefes do Comando Vermelho (CV), a maior facção do tráfico de drogas do estado. As equipes foram enviadas para a Maré, Penha e Cidade de Deus, todas comunidades dominadas pelo CV.

A ação foi uma resposta à morte de três médicos na Barra da Tijuca na semana passada e buscava conter disputas territoriais com milicianos na Zona Oeste do Rio. Inicialmente, o governo do RJ informou que os agentes saíram com “pelo menos 100 mandados de prisão”, mas à noite o número foi corrigido para 60, com seis prisões efetuadas e três detenções em flagrante.

Homens do Bope e da Core, unidades de elite da Polícia Civil e da Polícia Militar, além de delegacias especializadas, participam da operação em locais como o Complexo da Penha, a Vila Cruzeiro, a Nova Holanda e o Parque União, todos na Maré, e a Cidade de Deus.

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