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Christopher Laguna, candidato à presidência do diretório estadual do partido Novo em Minas Gerais.
Christopher Laguna, candidato à presidência do diretório estadual do Novo em Minas Gerais.| Foto: Divulgação/Novo-MG

Com a definição ocorrida durante o encontro nacional da legenda, ocorrido após as eleições de 2024, as novas datas para eleições internas do Partido Novo têm como foco simplificar o trabalho burocrático e concentrar a atenção nas eleições de 2026. A votação, que tradicionalmente aconteceria em setembro, passa agora para o fim de janeiro, no caso dos diretórios estaduais, e para o final de fevereiro, no caso dos municipais.

Em Minas Gerais, o diretório estadual deverá continuar sob a gestão de Christopher Laguna, atual presidente, que concorrerá, em chapa única, à reeleição. Frederico Papatela, atual presidente do diretório municipal de Belo Horizonte, será candidato a vice. Segundo informações do próprio partido Novo, esse realinhamento é considerado mais eficiente por focar a atenção dos diretórios, em anos pré-eleitorais, para trabalhar seus possíveis candidatos e chapas, sem que uma eleição interna interfira nesse processo.

Laguna acredita que essa é uma estratégia acertada. “Você imagina todos os diretórios do Brasil preocupados com seus governadores, senadores e, ao mesmo tempo, com uma eleição de diretório em setembro? Vira uma briga interna. E o mandatário também tem mais tranquilidade para se dedicar ao partido”, explica.

Ele está confiante no projeto e destaca o crescimento do partido em Minas como um diferencial. “Nós pegamos o partido com 10 mandatários e estamos entregando com 120. Nessa eleição de 2024, tivemos 1,5 mil candidatos. Houve um trabalho muito grande que não começou em 2024, começou no final de 2022. Assim como fizemos agora. No final de 2024, já montamos um planejamento para trabalhar 2026.”

Novo em Minas está confiante na construção da imagem de Zema como presidenciável

A grande vantagem, especialmente para o partido Novo em Minas Gerais, em antecipar essas eleições está em concentrar o trabalho do diretório, nos próximos meses, em consolidar o vice-governador Mateus Simões como candidato de cabeça de chapa ao governo estadual e Romeu Zema à Presidência da República.

Outsider nas eleições de 2018, Zema foi eleito governador na primeira eleição que disputou, marcando a história do partido Novo. Desde o primeiro ano de governo, o nome dele é apontado como presidenciável. Agora, com o segundo mandato chegando ao fim, fortalecer a imagem do atual governador é imperativo para ter chances na disputa.

No âmbito da direita brasileira, um dos discursos recorrentes é que o caminho é buscar um consenso entre os nomes de governadores representativos, no caso de ser mantida a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). É o caso de Zema, como também é do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), do governador goiano Ronaldo Caiado (União) e do governador paranaense Ratinho Junior (PSD).

Para Laguna, a unidade partidária é um diferencial de Zema e que não foi observado, por exemplo, em 2022, quando João Amoêdo, então presidente e fundador do partido, tentou ser candidato ao Executivo federal, episódio que culminou com a saída dele do Novo e posterior apoio a Lula (PT).

Quando o PT ataca a figura do Zema é sinal de que estamos no caminho certo. Eles não atacariam quem não tem chance.

Presidente do Novo em Minas Gerais, Christopher Laguna

Além disso, um dos nomes mais fortes do partido, Marcel Van Hattem (Novo – RS), nunca se colocou como possível presidenciável. Para o Novo mineiro, Zema parece ter conquistado um apoio generalizado, e o trabalho agora é de consolidação.

“Cada estado, numa eleição nacional, quer uma parte, quer participar. É legítimo. Hoje, isso dentro do Novo está bem solidificado na campanha do Zema. Os outros estados já têm a imagem do Zema como presidenciável. Então, estamos levando isso a ferro e fogo, e, inclusive, todo o trabalho da nacional também está voltado para isso", afirma Laguna.

Ele se diz otimista com o projeto futuro. "Aquilo que o Amoêdo não tinha em 2022, eu consigo ter em 2025. A quase um ano da convenção, já tenho uma unidade. Agora é avançar, é realmente deixá-lo com a cara de presidenciável. E quando o PT ataca a figura do Zema, é sinal de que estamos no caminho certo. Eles não atacariam quem não tem chance”, diz Laguna, referindo-se aos recentes ataques que Haddad e o PT fizeram ao governador de Minas.

Novo quer tornar vice de Zema mais conhecido entre eleitores de Minas

Já para Mateus Simões, a estratégia do partido Novo passa por torná-lo mais conhecido dentro do próprio estado. “Ele convence, porque tem entregas e consegue se comunicar bem, mas ainda é pouco conhecido. Quando começamos a ter os nossos rivais, da direita mesmo, como o Cleitinho (senador – Republicanos/MG), ele é mais conhecido que o Mateus. Então, o que tenho que fazer é realmente acelerar minha comunicação e minhas lideranças locais.”

Laguna detalhou que o trabalho com as lideranças locais abrange não apenas as 128 cidades nas quais o partido tem mandatários eleitos, e sim avança em municípios que desejam ter o Novo. Para isso, o diretório está chancelando grupos que serão futuras comissões executivas, até 2028, com o objetivo de formar bases e atrair mais filiados que podem trazer resultados já no próximo ano.

“Nosso objetivo é chegar à eleição de 2026 com cerca de 400 cidades conosco. Isso tudo levando o nome do Mateus. Se hoje eu tenho 128 cidades e falo para 4 milhões de eleitores, com 400 cidades eu falo praticamente para o estado inteiro e consigo deixá-lo conhecido. É uma estratégia arrojada, mas estamos trabalhando para isso”, respondeu Laguna.

Além da captação de novos municípios e filiados, o marketing do partido passará a dar mais espaço às entregas de Simões no governo estadual. A previsão é que ele assuma o governo do estado até fevereiro do próximo ano, quando Zema deve deixar o cargo para se dedicar às eleições de 2026, conforme afirmou o próprio vice-governador de Minas em entrevista concedida à Gazeta do Povo.

A eleição do diretório estadual de Minas está marcada para esta quinta-feira (30). Já o diretório municipal de Belo Horizonte deve eleger a nova cúpula no final de fevereiro. No mesmo período, também elegerão seus novos gestores os diretórios de Juiz de Fora, Contagem e Poços de Caldas.

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