A Polícia Federal cumpre 34 mandados nesta quinta (1º) contra um esquema que teria desviado verbas públicas para a compra de respiradores pelo chamado “Consórcio Nordeste” durante o pico inicial da pandemia da Covid-19 no país.
De acordo com as primeiras informações da segunda fase da Operação Cianose, o objetivo é “recuperar os valores desviados na aquisição de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste”.
Na época da primeira fase, em 2022, um dos alvos foi o ex-secretário da Casa Civil do então governador Rui Costa (PT-BA), hoje ministro da Casa Civil do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesta segunda fase da Operação Cianose, os mandados foram expedidos pela Justiça Federal da Bahia e são cumpridos no próprio estado e também no Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, como busca e apreensão e sequestro de bens.
Os delitos investigados, diz a PF, incluem crimes licitatórios, desvio de recursos públicos, lavagem de capitais e organização criminosa.
Na época da primeira fase, em que a PF fez busca e apreensão na casa do ex-secretário de Rui Costa, Bruno Dauster, o então governador afirmou que “não consigo entender uma busca e apreensão dois anos depois. Alguém acha que esse povo tá com alguma coisa a mais”, questionou.
Dauster afirmou, na ocasião, que a operação foi "extemporânea e desnecessária" e que prestou espontaneamente dois depoimentos, um para a Polícia Civil e outro para a Polícia Federal.
Já o Consórcio Nordeste afirmou, na época, que “foi vítima de fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos”. O grupo formado por nove estados era presidido por Costa.
"O Consórcio foi vítima de uma fraude por parte de empresários que receberam o pagamento e não entregaram os aparelhos, fato que foi imediatamente denunciado pelo próprio Consórcio Nordeste às autoridades policiais e ao judiciário, através de ação judicial, que resultou na prisão desses empresários e no bloqueio de seus bens", afirmou o grupo na época.
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