A Polícia Federal cumpre 53 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em três estados do país desde a madrugada desta terça (21) contra uma organização suspeita de desviar armas para o crime organizado. De acordo com a corporação, a Operação Fogo Amigo mira um grupo que atuava junto aos chamados CACs, os colecionadores, atiradores e caçadores, além de comerciantes de armas e munição.
A investigação aponta que o esquema contava com a participação de policiais militares da Bahia e Pernambuco juntos aos CACs e lojistas para vender armas e munições ilegais para facções criminosas dos dois estados.
Ao todo, são cumpridos 20 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão nos dois estados e em Alagoas, além do sequestro de bens e bloqueio de valores de até R$ 10 milhões dos investigados "em desfavor de agentes de segurança pública, CACs, empresários e lojas de comercialização de armas de fogo, munições e acessórios", pontuou a PF. Três lojas de venda de materiais bélicos também são alvos e tiveram as atividades suspensas.
A apuração da PF com a Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) aponta que uma grande quantidade de munições e armamentos foi desviada para facções através da inserção de informações falsas nos sistemas oficiais de controle e fiscalização de armamentos.
As primeiras imagens divulgadas pela PF mostram a apreensão de armas e munições:
O desvio, diz a investigação, teria contado com a participação de um sargento e foi citado na delação premiada de um dos investigados. Entre os armamentos movimentados pelo grupo estão fuzis e espingardas calibre 12 semiautomáticas, de uso restrito.
"Durante a deflagração da operação, o Exército Brasileiro realizou fiscalização em outras lojas que comercializam armas, munições e acessórios controlados nos municípios de Juazeiro/BA e Petrolina/PE", aponta a PF que diz que a investigação continua para "elucidar a real amplitude da suposta organização criminosa, bem como identificar outros integrantes".
Ainda segundo a apuração, as armas eram utilizadas principalmente em assaltos a carros-fortes e agências bancárias.
A PF e os Gaecos da Bahia e de Pernambuco foram procurados pela Gazeta do Povo e não forneceram mais detalhes sobre a investigação.
Exército reduz limite de armas para policiais
A operação da PF é realizada, ainda, um dia depois do Exército alterar as regras para a aquisição de armas por policiais militares, bombeiros e servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), reduzindo a quantidade máxima permitida.
Em janeiro deste ano, uma portaria permitia a compra de até seis armas para uso pessoal, sendo cinco de uso restrito, incluindo fuzis. No entanto, essa portaria foi revogada dias depois, e novas regras foram estabelecidas após discussões com membros dos Poderes Executivo e Judiciário.
Segundo a nova regulamentação, os policiais em serviço ativo podem adquirir até quatro armas, das quais duas podem ser de uso restrito. Para os oficiais na reserva, o limite é de duas armas de uso permitido.
Entre as armas de uso restrito permitidas, uma pode ser portátil, longa, com alma lisa (interior do cano liso, até o calibre 12 gauges) ou de alma raiada (interior do cano estriado, calibres de até 1.750 joules de energia cinética).
Além disso, a compra de insumos para recarga de munições e equipamentos para recarga, como matrizes (dies), foi proibida. A portaria de janeiro permitia a compra desses insumos como alternativa à aquisição de munição.
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