Nesta segunda-feira (26), a Polícia Federal (PF) prendeu o dono de um sítio que abrigou os dois fugitivos do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por cerca de oito dias. O sítio fica na zona rural do município de Baraúna, a cerca de 30 quilômetros da penitenciária, na divisa com o estado do Ceará.
Os fugitivos Rogério da Silva Mendonça, o Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, continuam foragidos desde que escaparam da unidade de segurança máxima no dia 14 de fevereiro. A dupla faz parte do Comando Vermelho (CV).
A PF disse que o dono do sítio teria fornecido aos fugitivos uma cabana em sua propriedade. A dupla de fugitivos teria usado local para dormir e comer. Os fugitivos também teriam cavado buracos para dificultar a identificação por meio dos sensores de temperatura usados em drones.
Segundo as investigações, o dono do sítio teria recebido R$ 5 mil dos dois fugitivos.
O acusado de abrigar os fugitivos chegou a procurar a polícia para dizer que foi ameaçado pela dupla e prestou depoimentos na sexta-feira (23) e no sábado (24) da semana passada.
A PF, no entanto, afirmou que o homem caiu em contradição nos depoimentos e pediu um mandado de prisão, que foi deferido pela Justiça Federal do RN.
Ao conversar com a imprensa, o dono do sítio disse que os fugitivos chegaram ao local na madrugada de sábado (17) para domingo (18). Inicialmente, ele disse que os criminosos pediram calma e prometeram não machucar ninguém. Em um segundo momento, ele disse que teria sido ameaçado de morte pelos fugitivos caso não cumprisse o combinado de comprar diariamente bolacha, iogurte e carne enlatada para a dupla.
Agora, a PF investiga se o dono do sítio foi coagido ou cooptado pelos criminosos.
Esta já é a quinta prisão de pessoas acusadas de colaborar com os fugitivos. Um dos presos é irmão de Deibson Nascimento. Os investigadores também desconfiam que os dois fugitivos estavam recebendo ajuda de integrantes do Comando Vermelho que atuam na região.
Tatu e Deisinho são considerados criminosos de “alta periculosidade”. Os dois estavam no presídio de Mossoró desde setembro de 2023, para onde foram transferidos depois de participarem de uma rebelião em um presídio estadual, em Rio Branco, no Acre.
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