A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça (13), uma pessoa suspeita de fazer parte de um grupo mafioso da Itália que utilizava imóveis e o mercado financeiro do Brasil para lavar dinheiro da máfia siciliana. A Operação Arancia foi realizada em parceria com autoridades italianas nos estados do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí, onde foram cumpridos, ainda, cinco mandados de busca e apreensão.
De acordo com as investigações, iniciadas em 2022, o grupo operacionalizava a lavagem de dinheiro da máfia italiana no estado do Rio Grande do Norte, onde atuaria há quase uma década. A PF estima que o esquema tenha investido pelo menos R$ 300 milhões, e movimentado mais de R$ 3 bilhões.
“As evidências coletadas até o momento indicam que a máfia italiana utilizou empresas fantasmas e laranjas para facilitar a movimentação e a ocultação de fundos ilícitos, provenientes de atividades criminosas internacionais”, disse a autoridade em nota.
Segundo a apuração da Polícia Federal, o grupo utilizou esses recursos para adquirir propriedades e se infiltrar no mercado imobiliário e financeiro brasileiro. "Segundo as autoridades italianas, entretanto, o valor total dos ativos investidos podem superar 500 milhões de euros, em valores atuais, mais de R$ 3 bilhões", pontua a autoridade.
As primeiras informações extra-oficiais apontam que o suspeito preso nesta terça (13) é ligado à Cosa Nostra, grupo mafioso italiano sediado na região da Sicília.
A Justiça Federal brasileira também autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias associadas aos suspeitos e às empresas fantasmas envolvidas, como parte das medidas para desarticular o esquema e recuperar ativos financeiros.
“Essas ações visam garantir a reparação dos danos causados pelas atividades ilícitas e impedir a continuação das operações criminosas”, pontuou a PF.
Além dos mandados nos três estados brasileiros, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 buscas em várias regiões da Itália e na Suíça. Mais de 100 agentes financeiros italianos foram mobilizados e alguns vieram ao Brasil auxiliar no cumprimento dos mandados em Natal.
A Polícia Federal informou que os investigados podem ser indiciados pelos crimes de associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com agravante de apoio a famílias mafiosas notórias.
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