De acordo com o Índice de Popularidade Digital (IPD), que varia de 0 a 100 e é analisado diariamente pela consultoria Quaest, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disparou em popularidade digital em meio à tragédia causada pelas enchentes que atingiram o estado gaúcho.
O índice, que mede a popularidade dos políticos nas redes sociais, coleta 175 aspectos das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, Wikipedia e Google.
Entre os governadores, o índice costuma ser liderado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). No entanto, após as chuvas que atingiram o estado gaúcho, Leite se aproximou de Tarcísio na disputa pelo primeiro lugar.
Analisando apenas o mês de maio, Tarcísio teve 70,2 pontos, enquanto Leite alcançou 69,8 pontos. Em abril, Leite ocupou a quinta colocação no ranking e, em março o sétimo lugar. Em maio, Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, completa o ranking em terceiro lugar, com 52,1 pontos.
O Índice de Popularidade Digital (IPD) é calculado com base em 40 variáveis de redes sociais, divididas em cinco dimensões analíticas: presença digital, que avalia a atividade dos perfis nas redes sociais; fama, que considera o número de seguidores; engajamento, que mede a interação dos seguidores com o conteúdo, incluindo comentários e curtidas; mobilização, que analisa o compartilhamento das postagens; e valência, que calcula a proporção de reações positivas em relação às negativas.
O ranking é utilizado pelas assessorias para projetar o alcance nacional de cada governador. Até o momento, nos cinco meses do ano, Tarcísio liderou o índice.
“Não quero ser mito e nem salvador da pátria”, diz Eduardo Leite
Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, nesta segunda-feira (20), Eduardo Leite enfatizou seu apoio à ciência, negou que tenha sido negligente com a tragédia e afirmou que "nós somos humanos, somos falíveis".
“Não tenho nenhuma pretensão de ser mito nem salvador da pátria. Mas não erramos pela negligência, pela omissão e pelo negacionismo”.
Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul.
Questionado sobre sua posição de não ser aliado nem do presidente Lula (PT) nem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e se isso teria intensificado as críticas à sua gestão, Leite criticou a polarização no país. "O que me incomoda muito na política é a polarização, é que antes de procurar soluções, se procuram culpados. Podem se procurar responsabilidades, mas minha tarefa como governante é procurar as soluções".
O governador negou que tenha proposto adiar as eleições municipais no estado. "Não trouxe essa ideia, não defendo, não estou trabalhando sobre ela, não estou discutindo essa ideia nesse momento".
Durante a entrevista, Leite defendeu os investimentos realizados para minimizar os efeitos das enchentes. "Também compramos um helicóptero que salvou vidas e está levando alimentos para os desabrigados. Compramos novas embarcações e os jet skis que estavam lá sendo usados para salvar as pessoas e animais", disse ele.
O governador afirmou ainda que foi preciso contratar um radar com mais precisão "da República Tcheca para ser instalado em Montenegro ou São Jerônimo para fazer a cobertura [de dados meteorológicos] da região metropolitana de Porto Alegre e vale do Javari".
Questões fiscais e salariais foram fundamentais para auxiliar o RS
Em relação às críticas que recebeu por ter afirmado, em entrevista recente, que não investiu mais em prevenção por estar vivendo "outras agendas", Leite esclareceu que pode não ter se "expressado bem". Ele defendeu que a pauta "do meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, importantíssima", mas que questões fiscais e salariais foram fundamentais para garantir assistência durante as enchentes.
""Lembrem todos que o Rio Grande do Sul era até três anos um estado que se atrasava salários dos servidores. Esses heróis que nós vemos, da Defesa Civil, os bombeiros, os policiais, todos que entram em campo para salvar as pessoas, há três anos estavam recebendo seus salários atrasados", afirmou.
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