Moradores de diversas cidades do Rio Grande do Sul têm compartilhado nas redes sociais vídeos de ruas que estão ficando alagadas rapidamente mesmo sem chuva. Por que isso acontece?
O estado registrou chuva bem acima do normal para esta época do ano. Entre final de abril e o início desta semana, o acumulado de chuvas representou a média de precipitação prevista para cinco meses. Com muita água, o sistema hídrico de muitas regiões está atuando com a capacidade acima do normal.
Há alguns casos em que as tampas de inspeção, conhecidas como tampas de bueiro, estão vertendo água nas ruas, por causa desse sistema sobrecarregado, explica Fernando Dornelles, engenheiro civil, doutor em recursos hídricos e saneamento ambiental do Departamento de Hidromecânica e Hidrologia da Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em outros casos, moradores relatam alagamento onde antes nunca tinha ocorrido um episódio como este. Foi o caso de um dos relatos recebidos pela Gazeta do Povo de uma moradora de Rio Grande, no sul do estado. Ela conta que, em uma hora, a região central também registrou pontos de alagamento. Na cidade, o nível da Lagoa dos Patos começou a aumentar na segunda-feira (6). O município se preparou de forma preventiva, retirando moradores de áreas que pudessem ser inundadas, segundo relatório da prefeitura.
Às 19h de terça-feira (7), a Lagoa dos Patos estava 59 centímetros acima do normal. Os bairros com risco de alagamentos, segundo a prefeitura, são Ilha dos Marinheiros, Ilha do Leonídeo, Ilha da Torotama, Lagoa, Saco da Mangueira, Barra e todas as regiões ribeirinhas. Ao menos 272 pessoas tiveram que deixar suas casas. Além disso, 237 animais foram resgatados: 177 cavalos, 38 cachorros, um coelho, uma chinchila e 17 gatos.
A cidade também suspendeu todas as aulas nesta quarta (8). O acesso às ilhas foi interrompido para veículos terrestres, e dois postos de saúde suspenderam o atendimento: o da Ilha da Torotama e o da Ilha dos Marinheiros.
- Porto Alegre vive colapso e nível do Guaíba pode demorar até 40 dias para normalizar
- Gaúchos enfrentam onda de crimes em meio às inundações
- Canoas deve demorar até 60 dias para voltar à normalidade após enchentes
- Chega a 100 o número de mortos em tragédia climática no Rio Grande do Sul
- Evento climático coloca Rio Grande do Sul na lista das maiores tragédias do país
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF