O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, afirmou nesta segunda-feira (22) que a operação Lava Jato provocou uma "infantilização" dos gestores públicos, que passaram a ter medo de tomar decisões sem aval prévio de órgãos de controle.
"Por conta da jurisprudência da Lava Jato nós criamos no Brasil aquilo que eu chamei de apagão das canetas. Nenhum gestor público tem coragem de tomar decisões que envolvam uma discricionariedade muito grande porque tem receio de aparecer alguém dizendo que ele obteve benefício indevido. Isso gera um apagão decisório", disse ele. A declaração ocorreu no "Seminário Brasil Hoje", promovido pelo grupo Esfera Brasil, em São Paulo.
TCU abriu "tomada de contas especial" sobre a Lava Jato
Bruno Dantas é presidente do TCU desde julho de 2022. Pouco antes, em abril daquele ano, o órgão aprovou uma "tomada de contas especial" para apurar possíveis irregularidades e excessos nos gastos da Lava Jato.
Em maio de 2022, o órgão notificou o ex-procurador Deltan Dallagnol para que ele pagasse R$ 2,8 milhões relativos a passagens e diárias pagos durante a força-tarefa. A Justiça Federal chegou a suspender o procedimento, mas a decisão foi derrubada pelo Superior Tribunal de Justiça pouco depois.
Pouco depois, a Secretaria de Controle Externo do TCU concluiu que não houve irregularidades nas despesas. À época, Dallagnol afirmou que o parecer era importante porque demonstrava que não houve irregularidades.
"Trata-se de um ataque coordenado da velha política, do sistema corrupto e de seus aliados contra aqueles que ousaram lutar contra a corrupção neste país. Tentaram criar um fato falso para macular a imagem da Lava Jato quando, ao invés disso, deveriam estar discutindo propostas concretas para combater a corrupção. É uma absoluta inversão de valores", disse.
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