O metro quadrado mais caro do Brasil, em Balneário Camboriú, pode valorizar ainda mais com a revitalização da orla, estimada em R$ 300 milhões. O projeto prevê transformar a beira da praia em um parque, com ciclovias, pistas para caminhada e corrida, academias, playgrounds e espaço para animais de estimação. A reurbanização do Parque Orla, explica o prefeito Fabrício Oliveira (PL), é a segunda etapa da obra de alargamento da faixa de areia da Praia Central, realizada em 2021, e pode valorizar, em média, 20% os arranha-céus que contornam a orla pela Avenida Atlântica.
“A revitalização da orla é uma revolução urbanística por todos os componentes que estão nela. Está no principal corredor econômico, no metro quadrado mais valorizado do país e isso faz com que a renovação tenha impacto muito grande no setor econômico e imobiliário”, diz o prefeito.
O parque terá 250 mil metros quadrados e a construção foi dividida em 18 trechos. O primeiro, na Barra Sul, teve início das obras em novembro e, de acordo com o prefeito, não deve atrapalhar o fluxo de veículos e turistas na região durante a temporada. “Temos horários de acesso de mercadorias e insumos para obras para não prejudicar o trânsito e a mobilidade de ciclistas e pedestres”, diz.
A expectativa é de que toda a orla esteja revitalizada até o fim de 2024, com a possibilidade de execução simultânea de trabalho nos trechos. Por enquanto, apenas um lote teve início das obras, e a prefeitura trabalha para credenciar outras construtoras que possam ser parceiras na reurbanização, que está sendo feita por meio de outorgas onerosas. Ou seja, construtoras que querem aumentar andares de prédios, por exemplo, ao invés de pagar esse espaço para a prefeitura, vão realizar a obra de um dos trechos, que têm composição e valores diferentes.
Como será o Parque Orla
A nova orla terá 30 metros de largura e 1.820 árvores, divididas em canteiros e jardins. Segundo a prefeitura, será uma árvore a cada 137 metros quadrados de reurbanização, em média, entre palmeiras, arbustos e vegetação nativa.
O espaço contará, ainda, com área de lazer, que terá 12 playgrounds com 53 brinquedos, seis dog parks, 10 canchas de bocha, quatro academias assistidas e 16 unidades de alongamento. Além disso, serão dois pontos de apoio à prática de surfe (Pontal Norte e Rua 1101), 10 postos de salva-vidas, 61 quiosques e três ranchos de pesca.
O projeto prevê também a instalação de um deck de acesso à praia a cada 150 metros, o que deve somar 38 dessas estruturas, além de seis rampas acessíveis. A orla deve ter 37 chuveiros, 245 paraciclos, 133 postes de iluminação LED na areia e 11 paradas de ônibus.
Já o mobiliário urbano será composto por bancos modulares com iluminação, 200 mesas com cadeiras, 115 bancos orgânicos, 154 bancos gaivotas, 277 postes viários e 57 mobiliários urbanos para informação. Entre as novidades estão sistemas de sonorização, telegestão, telemetria e fiação rebaixada.
Pensando na segurança pública, o projeto prevê 237 câmeras em toda a extensão da orla, além de pontos de apoio com presença da Polícia Militar e Guarda Municipal, segundo a prefeitura.
O espaço terá 878 lixeiras espalhadas pelo calçadão, acesso à praia e nos quiosques, e 270 unidades de contentores subterrâneos pela orla, sendo agrupados em seis unidades para cada travessia, com capacidade para mil litros por unidade.
Além da revitalização de visual, a obra conta com macrodrenagem, que tem o objetivo de controlar o fluxo das águas pluviais para minimizar alagamentos e erosão do solo. Segundo a prefeitura, o sistema fará aproveitamento adequado dos recursos hídricos, “podendo prevenir problemas relacionados à água e promover a segurança e a qualidade de vida das comunidades.”
Com o valor estimado de até R$ 80 milhões, a obra de macrodrenagem está prevista para iniciar nos primeiros meses de 2024. Contemplará 75% da orla, sendo dividida em dois trechos.
Área mais valorizada do Brasil
O índice FipeZap+ de novembro de 2023 divulgou as cidades com o metro quadrado mais caro do Brasil. A líder do ranking é Balneário Camboriú, com R$ 12.575, e valorização imobiliária de 11,43% em 12 meses. Se a inauguração da orla fosse hoje e houvesse a valorização de, em média, 20%, esperada pela prefeitura, o metro quadrado da cidade ficaria em R$ 15.090.
Conhecida pelos arranha-céus, Balneário Camboriú é chamada de Dubai brasileira. Famosos têm apartamentos de luxo na cidade, como Neymar, que tem uma cobertura quadriplex (de quatro andares) em frente à Praia Central. O imóvel é avaliado em R$ 60 milhões.
Depois de Balneário Camboriú, a cidade com metro quadrado mais caro é Itapema (R$ 12.292 por m²), também no litoral norte de catarinense, seguida por Vitória (ES), com R$ 10.889 por m², Florianópolis (SC), com R$ 10.746 por m² e São Paulo (SP), com R$ 10.659 por m².
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