O Rio de Janeiro vive uma tarde de caos nesta segunda-feira (23) com ao menos 35 ônibus queimados, além de carros e pneus, que fecharam diversas vias na Zona Oeste. A ação dos criminosos teria sido motivada pela morte do sobrinho de um miliciano. O Centro de Operações do Rio anunciou às 18h40 que o município entrou em estágio de atenção, o terceiro nível em uma escala de cinco, pois "uma ou mais ocorrências já impactam o município, afetando a rotina de parte da população".
De acordo com as primeiras informações, os ataques são em represália à morte do sobrinho do miliciano Zinho, na comunidade Três Pontes, informou o portal g1. Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu ou Faustão, foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Civil. Ele era considerado o número 2 no comando da milícia do tio. O miliciano Teteu teria sido baleado e morto em uma troca de tiros com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Polinter.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), comemorou a atuação da polícia na rede social X, mas não comentou quais medidas serão tomadas para garantir a segurança da população em meio a ação da milícia. “Quero parabenizar os nossos policiais da DGPE, da Core e da Draco, por prenderem hoje, em Santa Cruz, o Faustão ou Teteu – que era o braço direito e sobrinho do miliciano Zinho. Não vamos parar! Nossas ações para asfixiar o crime organizado têm trazido resultados diários”, disse Castro.
“Hoje demos um duro golpe na maior milícia da Zona Oeste.
Além do parentesco com o criminoso, ele atuava como "homem de guerra" do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio. O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado!”, acrescentou o governador.
Já o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), defendeu “uma resposta muito firme das forças policiais” e fez um “apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam”.
"Quando o sujeito além de bandido é burro. Milicianos na Zona Oeste queimam ônibus públicos pagos com dinheiro do povo para protestar contra operação policial. Quem paga é o povo trabalhador. E para piorar, tivemos que interromper serviços de transporte na Zona Oeste para que não queimem mais ônibus. Ou seja, únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais! Como prefeito, apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam”, afirmou Paes no X.
A Polícia Militar do Rio informou que “já prendeu 12 criminosos envolvidos nos incêndios a ônibus desta segunda-feira”. O Centro de Operações do Rio informou que os incêndios já atingiram as regiões de Guaratiba, Santa Cruz, Campo Grande, Recreio, Inhoaíba , Avenida Brasil, Paciência e Cosmos.
A MobiRio, empresa pública responsável pelo sistema BRT, anunciou que “mediante a interrupção das linhas que operam no corredor Transoeste, devido a questões de segurança, a opção para os passageiros que precisam ir para Sta Cruz e Cpo Grande é utilizar as linhas dos corredores Transolímpica e Transcarioca que fazem integração com o ramal da Supervia pelo Terminal Deodoro e Terminal Paulo da Portela, em Madureira”.
"A mobilidade está comprometida em corredores como a Avenida Santa Cruz, Avenida Cesário de Melo e a Avenida das Américas. Veículos incendiados em diversas vias da Zona Oeste do Rio. Além disso, a oferta de transporte público para os cidadãos também está impactada", informou o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, no último boletim, às 18h40.
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