O número de mortes no Rio Grande do Sul chega a 78, na noite deste domingo (5), conforme boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado. Ainda há 4 óbitos ainda estão em investigação e 105 pessoas ainda estão desaparecidas.
Os números atualizados pela Defesa Civil também listam 115.844 pessoas desalojadas e 18.487 em abrigos. O registro desde domingo também identifica 175 feridos. O órgão informou que mais de 844.673 mil pessoas foram afetadas pelos temporais e enchentes na região.
Já fazem sete dias que o Rio Grande do Sul tem sido acometido por fortes chuvas que afetaram 341 dos 497 municípios gaúchos. Os recentes eventos meteorológicos são considerados de grande intensidade e classificados como desastres de Nível III — caracterizado por danos e prejuízos elevados.
Na última sexta-feira (3), o Rio Guaíba transbordou e invadiu a cidade de Porto Alegre, capital gaúcha, e a região metropolitana do estado. Durante o final de semana, o nível continuou subindo e atingiu a cheia histórica neste domingo (5), com 5,30m.
Rio Guaíba pode ter cheira "duradoura"
Após a cheia histórica do Rio Guaíba registrada durante a manhã deste domingo, professores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS) preveem que o nível do Guaíba pode chegar a 5,50m ainda nos próximos dias.
O estudo divulgado pelo instituto fala em uma “cheia duradoura, com a estabilização dos níveis d'água elevados no Guaíba em torno de 5m a 5,50 m durante mais de 4 dias”. Ainda segundo os professores, não há previsão de redução abaixo da cota de inundação de 4m na próxima semana: “As principais preocupações agora são a duração dos níveis elevados e as possibilidades de repiques em função de novas chuvas ou efeito do vento”, diz o estudo.
O rio é o responsável pelas inundações em Porto Alegre e a região metropolitana do estado. A Defesa Civil também emitiu alertas para risco de transbordamento do dique da Fiergs. O órgão pede que moradores do bairro Sarandi e da área compreendida do dique até a avenida Assis Brasil, próximo à avenida Sertório, deixem o local e procurem abrigo seguro.
Ainda no dia de hoje, a Defesa Civil do Rio Grande Do Sul emitiu um alerta para risco de inundação nas regiões próximas ao rio Uruguai, com níveis em inundação e em elevação a partir de Porto Mauá.
Estradas e pontes destruídas, milhares sem eletricidade
O último boletim de monitoramento dos serviços de infraestrutura do governo do Rio Grande do Sul, divulgado no final do dia deste domingo (5), mostrou a situação do fornecimento de água e energia elétrica no estado.
O desabastecimento de água e eletricidade também afeta milhares no estado sulista. Já são 424 mil pontos sem energia elétrica, de acordo com as duas concessionárias gaúchas e 854.486 pessoas sem abastecimento de água.
As chuvas e as inundações também provocaram danos e alterações no tráfego em rodovias gaúchas. Já são 110 trechos em 61 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes, conforme atualização do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Confira a lista completa de bloqueios neste link.
O governo do RS decretou estado de calamidade devido aos temporais que assolam o estado. O decreto deixa o Rio Grande do Sul apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
Lula faz visita ao RS com comitiva de ministros
Neste domingo (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma segunda visita ao estado e prometeu envio de recursos à região. Ao lado de uma comitiva de ministros e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o petista disse que não haveria "burocracia" para liberar recursos e recuperar os estragos causados pelas chuvas.
Em relação à infraestrutura, Lula também afirmou que haverá auxílio para reconstrução de estradas do Rio Grande do Sul. “Eu sei que o estado do Rio Grande do Sul tem uma situação financeira difícil e eu sei que tem muitas estradas estaduais que estão com problemas. E eu quero lhe dizer para não ficar preocupado, porque o Governo Federal, através do Ministério dos Transportes, vai ajudar a recuperar as estradas estaduais”, disse o petista.
Também acompanharam Lula na viagem os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio (Defesa), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Nísia Trindade (Saúde), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e outros. O comandando do Exército, o general Tomás Paiva e o presidente do TCU, Bruno Dantas, também estavam na comitiva que acompanhou Lula ao Rio Grande do Sul.
Governo federal promete recursos ao Rio Grande do Sul
O governo federal também prometeu acelerar a liberação de emendas parlamentares para socorrer o estado do Rio Grande do Sul, atingindo por fortes chuvas nos últimos dias. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) já autorizou o pagamento de cerca de R$ 580 milhões, de acordo com o ministro da pasta, Alexandre Padilha.
O ministro das Cidades, Jader Filho, também prometeu que o estado receberá R$ 55 milhões do Novo PAC, o programa de investimentos do governo federal, para contenção de encostas. O anúncio dos projetos, porém, está previsto somente para a próxima semana.
Já a Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) diz ter empenhado R$ 8,39 milhões para a compra de 52 mil cestas de alimentos, sob coordenação do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que receberá as cestas em sua unidade de Canoas (RS).
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