Uma das principais ligações entre a região metropolitana de Porto Alegre e a serra gaúcha, a rodovia estadual RS-115 volta a enfrentar problemas estruturais com risco à trafegabilidade. A rodovia registra ondulações severas e ao menos quatro grandes rachaduras próximo ao km 23, em um trecho que havia recebido reparos no fim do ano passado e há cerca de dois meses, mas que voltou a se degradar após a enchente histórica enfrentada pelo Rio Grande do Sul em maio deste ano.
O percurso rodoviário é concessionado à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). A estrada é o principal acesso a cidades turísticas como Gramado e a Região das Hortênsias. O entorno recebe 8 milhões de turistas por ano e o inverno é a alta temporada, fomentada pelas férias escolares e por viajantes que tentam a sorte em dias mais frios na expectativa de ver a neve.
No fim de maio, 15 municípios serranos estimavam, a partir do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares da Região das Hortênsias (SindTur), prejuízos que podem chegar a R$ 550 milhões até o fim deste mês, se as condições de acesso não forem melhoradas.
Em alguns trechos da RS-115, as ondulações na pista assemelham-se a lombadas, oferecendo risco aos condutores. A situação se agrava porque, até o início da semana, não havia sinalização indicando as deformidades e com atenção à redução de velocidade.
No fim do ano passado, quando a rodovia também estava com problemas estruturais, sinalizações verticais chegaram a ser instaladas indicando problemas no trecho. O percurso em pior estado, no km 23, fica próximo à cidade de Três Coroas e a poucos metros de uma das praças de pedágio.
Para evitar danos nos veículos, condutores se veem obrigados a frear bruscamente ou invadir a pista contrária para desviar de ondulações ou rachaduras, potencializando o risco de acidentes. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) ainda não informou se houve registro de acidentes no local provocados por estas circunstâncias.
Concessionária diz que problemas na RS-115 serão solucionados em agosto
A concessionária EGR informou à Gazeta do Povo que segue trabalhando com celeridade na reconstrução dos trechos danificados. “No quilômetro 23, em Três Coroas, há pontos que sofreram com o adensamento do aterro em decorrência das fortes chuvas. O local apresenta este comportamento sempre que há chuvas intensas devido a uma camada de solo coluvial – que se movimenta causando a movimentação do leito da estrada”, explicou.
Segundo a concessionária, essa situação passará por correção com o renivelamento. “A EGR acompanha e está em processo de contratação de empresa para realizar o nivelamento de cerca de 420 metros da pista e iniciará a execução da fresagem e do recapeamento, com previsão de iniciar a obra no início de agosto e conclusão em torno de dois dias”, informou ainda a empresa. A EGR disse que as rachaduras são monitoradas desde o adensamento e inclui sinalização para alertar os motoristas sobre a necessidade de reduzir a velocidade.
Em maio, poucos dias após o início da enchente, a EGR chegou a executar novamente reparos no pavimento justamente no trecho indicado como crítico neste momento. “O objetivo foi de corrigir as fissuras causadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul”, afirmou o governo do estado na época.
O estado disse ainda que, naquele momento, o foco estava em manter as condições de trafegabilidade “frente aos impactos climáticos, agindo de forma ágil e eficaz para solucionar questões emergenciais que afetem o deslocamento dos condutores”.
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