Por outro lado, duas pontes nas BRs 116 e 287 devem levar mais tempo para serem reconstruídas, segundo Renan Filho.| Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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O ministro Renan Filho, dos Transportes, prevê que os últimos 10 pontos de bloqueios em rodovias federais do Rio Grande do Sul serão liberados em até 20 dias, e seis meses para as duas pontes completamente destruídas pelas enchentes. As obras vão consumir R$ 1,2 bilhão que já foi liberado pelo governo para o socorro emergencial ao estado e se soma a mais R$ 1,8 bilhão que já era previsto para projetos estruturantes no estado, chegando a R$ 3 bilhões a serem aplicados neste ano.

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Desde que as primeiras chuvas começaram a atingir o estado e levaram às enchentes recordes, há quase um mês, pelo menos 120 pontos de rodovias federais chegaram a ter bloqueios totais ou parciais, sendo os piores deles a destruição de duas pontes nas rodovias BR-116 sobre o Rio Caí, próximo à cidade de Caxias do Sul, e na BR-287 sobre o Rio Toropi, em Santa Maria.

Renan Filho disse que estas duas estruturas vão demandar uma parte considerável dos recursos, mas não explicou quanto. Apenas disse que elas serão reconstruídas com a verba destinada pelo governo e que devem ter as obras com maior prazo de entrega, de seis meses.

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“A gente espera nesses próximos 20 dias estar sem nenhum ponto de interrupção, apenas as duas pontes. Provavelmente precisaremos instalar uma ponte provisória para permitir a travessia do rio enquanto reconstruímos as pontes. A reconstrução definitiva vai durar seis meses, porque, para reconstruir, precisa de tempo”, disse em entrevista ao Estadão publicada nesta terça (28).

O ministro dos Transportes afirmou ainda que as próximas obras a serem tocadas no Rio Grande do Sul devem ser adaptadas aos impactos causados pelas enchentes, como as possibilidades disponíveis para conter água que desce da serra e deságua no Lago Guaíba, ampliar a drenagem da Lagoa dos Patos em período de muita chuva – “porque ela não baixa de nível, porque drena muito devagar para o oceano”, disse – e um estudo amplo para o pleno funcionamento dos diques de proteção das cidades, “que falharam”, completou.

“Todas as nossas obras levam em consideração as mudanças climáticas, inclusive vamos alterar alguns projetos no Rio Grande do Sul, justamente pelo nível que a água atingiu, que foi a máxima histórica. Então, a gente sempre utiliza todos esses parâmetros nas obras que fazemos”, ressaltou Renan Filho.

Ele ainda citou que o governo federal pretende fazer 35 leilões de concessão de rodovias no país ainda neste ano, mas sem detalhar quais devem ser e nem quais serão no Rio Grande do Sul.

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Segundo o boletim mais recente do ministério, já foram liberados 103 trechos em 11 rodovias federais que cortam o Rio Grande do Sul. Neste momento, aponta, 15 trechos estão em obras ou com serviços para liberação das pistas. Os bloqueios totais estão localizados nas BRs 116, 386 e 470, enquanto que as interrupções parciais estão nas BRs 101, 116, 153, 287, 290, 386 e 470.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou, na manhã desta terça (28), que 48,7 mil pessoas em abrigos e 581,6 mil nas casas de parentes e amigos. As enchentes no estado afetaram, ao todo, 2,3 milhões de pessoas em 469 municípios. 169 pessoas morreram, 806 ficaram feridos e ainda há 53 desaparecidos.

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