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BR-158 no Mato Grosso
Trecho da BR-158, no município de Bom Jesus do Araguaia, exemplifica estado das rodovias geridas pelo governo federal no estado do Mato Grosso.| Foto: Divulgação/CNT

O estado do Mato Grosso sofre com 30,2% das rodovias em estado geral considerado ruim, além de 1% em estado péssimo. Essa é a conclusão da pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT). O levantamento rodoviário de Mato Grosso analisou 5.910 quilômetros de estradas, avaliando as condições de pavimentação, sinalização e geometria das vias.

De acordo com o levantamento, 48,7% das rodovias do Mato Grosso estão em situação considerada como regular; 17% receberam a classificação "bom"; e apenas 3, 1% como "ótimo". O pavimento foi avaliado considerando a qualidade da cobertura asfáltica e a presença de irregularidades, como buracos. Nesse quesito específico, dos quase 6 mil quilômetros de rodovia avaliados pela CNT, cerca de 1,3 mil quilômetros do estado mato-grossense receberam a classificação "ruim", além de 822 quilômetros considerados "péssimos".

A sinalização foi examinada com base na existência e na adequação das placas e marcações de pista. Já a geometria das vias foi analisada levando em conta o traçado das rodovias, a presença de pistas duplas ou triplas e a adequação da velocidade máxima permitida às condições de tráfego. Abaixo, a avaliação das rodovias de Mato Grosso de acordo com cada um desses três aspectos:

Pavimentação

  • 1.196 km como ótimos (20,2%)
  • 417 km como bons (7,1%)
  • 2.177 km como regulares (36,8%)
  • 1.298 km como ruins (22%)
  • 822 km como péssimos (13,9%)

Sinalização

  • 253 km como ótimos (4,3%)
  • 1.527 km como bons (25,8%)
  • 3.180 km como regulares (53,8%)
  • 772 km como ruins (13,1%)
  • 178 km como péssimos (3%)

Geometria

  • 503 km como ótimos (8,5%)
  • 1.403 km como bons (23,7%)
  • 1.520 km como regulares (25,7%)
  • 2.034 km como ruins (34,5%)
  • 450 km como péssimos (7,6%)

Mato Grosso tem 12 concessionárias na gestão de rodovias

A maior parte das rodovias de Mato Grosso são concessionadas, tando as federais como as estaduais. As empresas que administram as BRs são Via Brasil e Nova Rota do Oeste. Já as estaduais são geridas por Rodovia da Mudança, Intervias, Apasi, SPS, Morro da Mesa, Via Brasil, Via Norte Sul e Rota dos Grãos.

De acordo com a Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado do Mato Grosso (Ager-MT), há 10 trechos rodoviários sob o regime de concessão, totalizando cerca de 1.398,74 quilômetros de rodovias estaduais, abrangendo 27 municípios e com a geração de mais de 3 mil empregos.

A Gazeta do Povo entrou em contato com as concessionárias que operam nas rodovias do Mato Grosso. A Nova Rota do Oeste destacou os investimentos que têm feito na melhoria das estradas e ressaltou que nao é responsável pela integralidade das vias no estado. O espaço segue aberto para as manifestações das outras empresas.

Já o governo federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), evidenciou que "87% da BR-364/MT sob os cuidados do Departamento está classificado como 'bom' de acordo com o Índice de Condição da Manutenção (ICM)".

Precariedade nas estradas afeta transporte de cargas

As condições de trafegabilidade das rodovias interfere na mobilidade, na segurança dos motoristas, no transporte de cargas e, consequentemente, na economia do país. Outro impacto destacado pela CNT é no meio ambiente.

"A qualidade comprometida das rodovias gera um aumento relevante no consumo de combustível e, consequentemente, de custos para o transportador. Essa circunstância possui relação com o meio ambiente, pois uma infraestrutura rodoviária de qualidade faz com que os veículos que nela trafegam tenham maior eficiência energética, contribuindo para a redução na emissão de gases de efeito estufa e, consequentemente, na melhoria da qualidade do ar à e aos ecossistemas que margeiam as rodovias", diz o relatório.

BR-364
Trecho da BR-364, em Campo Novo do Parecis (MT).| Divulgação/ CNT

O caminhoneiro Gleidson Martins, em entrevista à Gazeta do Povo,confirma que as estradas no estado estão, em geral, ruins e com muitos buracos. "A gente fica debatendo com esse problema o tempo todo. Isso impacta em tudo. É combustível que a gente gasta mais, é freio porque tem que tá freando pra tirar de buraco, de lugares ruins da pista, com defeito, e você tem um desgaste muito maior do caminhão, com lona de freio e outras peças do caminhão, e combustível, que é nosso vilão hoje no transporte", aponta ele.

"Então, é muito complicado, as estradas do Mato Grosso estão precisando mesmo de uma bela reforma para que possa dar um conforto melhor pra gente e pros carros", avalia o caminhoneiro.

Martins lembra que precisa pagar dois pedágios, apesar da má manutenção das vias. Um deles é para cruzar a Reserva Indígena Paresí, próxima ao município de Campo Novo do Parecis, e custa R$ 50. Ele diz que os problemas na estrada muitas vezes também causam acidentes. "Muitas pessoas que não têm experiência freiam por causa de um buraco ou de uma pista irregular, e uma carreta que vem carregada não tem como frear e finda causando acidente", lamenta.

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