A madrugada deste domingo (12) no Rio Grande do Sul voltou a ter acúmulo de chuva acima do normal em praticamente todo o estado, incluindo regiões que já estão alagadas e naquelas em que a água dos rios já baixou, mas que seguem com o solo bastante encharcado.
A tragédia que atinge o estado há mais de uma semana também já vitimou 143 pessoas de acordo com o mais recente boletim da Defesa Civil, divulgado na manhã deste domingo (12). Aproximadamente 618 mil gaúchos seguem fora de casa em 446 municípios que reportaram problemas.
Entre a noite de sábado (11) e a manhã de domingo (12), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou uma precipitação de 79 milímetros na região de Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre, 112 milímetros na serra e de 70 a 90 milímetros nas áreas de captação do Lago Guaíba, que transbordou e alagou a capital gaúcha.
Na manhã deste domingo (12), as estações de medição apontaram um nível de 4,64 metros, menos do que o registrado no pico da cheia na semana passada, de 5,33 metros, mas com uma vazão ainda muito lenta e ainda oscilando, o que deixa parte de Porto Alegre debaixo d’água.
Os rios que desaguam no Guaíba já transbordaram novamente na última madrugada, como o Taquari, que já havia começado a baixar. Medições apontam que o nível nesta manhã é de 21,8 metros, sendo que a cota de inundação dele é de 19 metros, e atinge residências que os moradores haviam tentado voltar.
Outro rio que deságua no Guaíba e que também já estava com tendência de baixa é o Caí, que está com 13,9 metros, e o dos Sinos, com 5,7 metros.
"Perigo extremo"
Segundo o meteorologista Cesar Soares, da Climatempo, estes acumulados de chuva são muito altos para estas regiões já atingidas por enchentes, e preocupam para o restante do dia.
“Tem chamado a atenção [dos quadros meteorológicos] o volume de chuva em Porto Alegre. Desde a noite de ontem [sábado, 11] até agora [manhã deste domingo, 12], a capital registrou cerca de 50 milímetros e a tendência é que, infelizmente, Porto Alegre está caminhando a passos largos para ter o maio mais chuvoso da história”, afirmou em entrevista à GloboNews.
Soares alertou que todo o estado tem previsão de tempestades neste domingo (12), principalmente na metade norte já tão fortemente castigada pelas chuvas das últimas semanas. “Estamos em perigo extremo”, ressaltou o meteorologista pontuando que o volume pode superar os 100 milímetros ao longo do dia.
“E estamos em uma condição ainda do escoamento da água [sofrendo interferência] com o vento contrário que garante um represamento das águas tanto na região do Guaíba como na Lagoa dos Patos, algo extremamente preocupante”, afirmou Cesar Soares ressaltando que as chuvas deste domingo (12) devem provocar uma nova elevação dos níveis dos rios e lagoas na segunda (13), começando a reduzir na terça (14).
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) emitiu, no sábado (11), um alerta de risco “muito alto” para o Rio Grande do Sul ao longo deste domingo (12) para ameaça de inundações, alagamentos, deslizamentos de terra e desabamento.
O aviso abrange regiões como o Noroeste, Centro-Ocidental, Nordeste, Sudeste, Sudoeste Rio-Grandense e a metropolitana de Porto Alegre.
“O solo já está bastante umedecido pela chuva que aconteceu no início do mês, e agora uma chuva que permanece nas próximas horas pelo menos até segunda (13) e traz uma condição mais favorável aos deslizamentos de terra nas regiões de serra e montanhosas, como no Oeste e Sul”, pontuou Soares.
O meteorologista afirma que a condição de chuva vista no Rio Grande do Sul impressiona até eles mesmos, de um volume de 600 milímetros caindo em uma semana – “uma chuva exorbitante”.
“A tendência, infelizmente, pelo menos ao longo do dia e começar a enfraquecer a partir de segunda (13), é de uma periculosidade extremamente elevada por conta das chuvas das últimas semanas”, ressalta.
O boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgado na manhã deste domingo (12) aponta que 143 pessoas morreram e 806 estão feridas por causa das chuvas e das enchentes. Ao todo, 2,1 milhões de pessoas foram afetadas em 446 municípios.
As chuvas deixaram 618 mil pessoas fora de casa, sendo 81 mil em abrigos e 537 mil nas casas de amigos e parentes. Ainda há 125 desaparecidos. Segundo o órgão, 76,3 mil pessoas já foram resgatadas.
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