A cidade de Palmares do Sul, no Rio Grande do Sul (RS), foi alvo de uma operação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do estado (MP-RS) que investiga desvio de doações às vítimas das enchentes. A ação, coordenada pelo 4° Núcleo Regional – Litoral – do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), resultou na prisão do vereador Filipe Lang, do Partido dos Trabalhadores (PT) no último final de semana. Ele também é pré-candidato à prefeitura da cidade.
As denúncias apontam que os donativos não foram encaminhados oficialmente pela prefeitura, levantando suspeitas sobre o destino final desses recursos.
No total, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão na área central de Palmares do Sul e no Balneário de Quintão, que pertence ao município. Durante a operação, os agentes apreenderam na residência do vereador Lang um revólver em situação irregular. Ele foi detido em flagrante e solto após pagamento de fiança.
Além de Filipe Lang, Polon Backes de Oliveira (União Brasil), pré-candidato a vice-prefeito na chapa de Lang, foi alvo da operação. Ele e a esposa tiveram os celulares apreendidos, além de R$ 15 mil em dinheiro. Tanto Lang quanto Backes deverão responder por apropriação indébita, peculato e associação criminosa.
“Tudo indica que foi uma doação para um pré-candidato no próximo pleito. E já temos provas de que parte destes donativos foi encaminhada para famílias não flageladas, conforme planilhas apreendidas", disse o promotor Mauro Rockenbach. O promotor Leonardo Rossi acrescentou que provas foram recolhidas referentes ao local de armazenamento e à forma como foram distribuídos os materiais.
O vereador Filipe Lang postou um vídeo nas redes sociais e declarou que nada foi encontrado na residência dele que aponte para irregularidades na distribuição de cesta de alimentos. "Apenas acharam um revólver do ano de 1945, que meu avô há três anos atrás, antes de morrer, me deixou de presente”, defende-se.
À Gazeta do Povo, o vereador Polon Backes afirmou que é voluntário e estava distribuindo cestas básicas regularmente, através de sistema informatizado. “O MP e a Polícia Civil entendem que esses donativos que nós recebemos do Ministério Extraordinário de Reconstrução do RS deveriam ser destinados à prefeitura, o que a gente discordava porque o Cras tem feito política com essas doações, até tem denúncias sobre isso”, contesta.
Primeira etapa da investigação sobre desvio de doações teve vereador e secretário como alvos
A primeira etapa da operação, chamada "Desvio 1", teve início na última terça-feira (4), quando foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nos municípios de Palmares do Sul e Mostardas, cidade vizinha. Entre os suspeitos, estavam o vereador e pré-candidato Manoel Antunes Neto (PL) e a Secretaria de Administração do município.
Em nota, o vereador Manoel Antunes afirmou que foi "alvo de denúncias caluniosas feitas por adversários políticos" e que "nada de irregular foi encontrado" na sua residência, mas "apenas um conjunto de escovas de dente na casa de minha companheira". "Quero ressaltar que acredito na Justiça e tenho convicção que todas as dúvidas lançadas sobre minha pessoa serão arquivadas durante as investigações", complementou.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF