O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se reuniu com o presidente Lula (PT), acompanhado dos ministros Rui Costa e Fernando Haddad, na quarta-feira (6) para discutir o pagamento da dívida do estado com a União, estimada em R$ 160 bilhões.
Zema admitiu a possibilidade de federalização das estatais mineiras, entre elas, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento (Copasa), solução para pagamento da dívida que deve ser analisada pela equipe econômica de Haddad.
"O Ministério da Fazenda é o credor, ele que vai avaliar se a federalização é boa para o governo federal. Sou favorável a toda medida que venha a equacionar a dívida de Minas Gerais. Se for necessário, nós avançarmos nessa questão, o estado não vai se opor", declarou o governador em entrevista aos jornalistas após o encontro com Lula.
Em dezembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes Marques atendeu ao pedido conjunto da Assembleia Legislativa mineira e do governo estadual para prorrogação por 120 dias do prazo para a renegociação da dívida.
"O ministro [Haddad] já deixou claro que ele irá, juntamente com o governo de Minas Gerais, solicitar a prorrogação do prazo no STF, caso chegue à conclusão que a data de 20 de abril não é suficiente. Talvez essas alterações tenham de passar pelo Congresso e levem um tempo maior. Então tudo isso está muito bem alinhado. Foi uma conversa muito produtiva", avaliou Zema, que aguarda a posição sobre as estatais como parte da negociação.
Na semana passada, a dívida dos estados foi discutida em encontro dos governadores com secretários de Fazenda na 10ª edição do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), em Porto Alegre (RS). O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), criticou a cobrança de juros pela União e sugeriu a suspensão dos pagamentos até a renegociação com o governo Lula.
Segundo Zema, o governo federal deve apresentar uma proposta com mudanças no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) dos estados até o fim de março.
"O ministro Haddad disse que a Secretaria do Tesouro Nacional vai apresentar uma proposta de aperfeiçoamento do atual regime. Esse ponto, vale lembrar, é extremamente importante não só para Minas Gerais, como para os outros estados que fizeram adesão: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás", ressaltou o governador mineiro.
A dívida de Minas Gerais com a União limita os investimentos públicos no estado desde 1998, quando foi pactuada pelo valor de R$ 14 bilhões. No entanto, de acordo com informações da Assembleia Legislativa, depois de o estado pagar bilhões em juros nas últimas décadas, o débito alcançou o valor de R$ 160 bilhões, crescimento superior à receita do governo mineiro.
O montante teria sido acumulado durante a suspensão do pagamento permitida por decisões liminares do STF, que voltou a determinar a quitação da dívida em 20 de dezembro de 2023, antes da nova prorrogação para negociação com o governo federal.
Trump barra novos projetos de energia eólica nos EUA e pode favorecer o Brasil
Brasileiro que venceu guerra no Congo se diz frustrado por soldados que morreram acreditando na ONU
Não há descanso para a censura imposta pelo STF
Tarcísio ganha influência em Brasília com Hugo Motta na presidência da Câmara
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião