Desde o início desta semana estão sendo lembrados os dez anos da morte de Renato Russo, o líder do grupo Legião Urbana, um dos principais nomes do rock brasileiro. Especiais de televisão e matérias programas jornalísticos resgatam a memória do compositor e cantor com depoimentos dos fãs, amigos e outros músicos, que, por sua vez, destacam a importância do artista para a música e suas vidas.
Vai ser lembrado que Renato Manfredini Jr. adotou o nome artístico Russo em homenagem ao poeta suíço Jean-Jacques Rousseau, ao filósofo inglês Bertrand Russell e ao pintor francês Henri Rousseau, personalidades que admirava. Que passou dois anos de sua adolescência preso a uma cama por causa de uma doença rara. Que depois foi professor de Inglês, descobriu o punk britânico e decidiu montar uma banda com os amigos em Brasília.
Vão falar da formação do Aborto Elétrico, da fase do Trovador Solitário e do início da Legião Urbana, com Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e Renato Rocha. Do estouro com o LP "Dois" (1986), da consagração definitiva com "As Quatros Estações" (1989) e a conseqüente criação do culto ao carismático vocalista. Dos poucos e complicados shows do grupo. De quando Renato assumiu ser homossexual e fez todo o país cantar junto sua opção em "Meninos e Meninas". Serão lembrados os discos-solos e a aids, que acabou vitimando-o em 11 de outubro em 1996.
É difícil achar algo que já não tenha sido dito sobre essa importante personalidade da música brasileira. Talvez porque Renato Russo e a Legião Urbana nunca tenham saído da mídia, principalmente depois da morte do vocalista. O fanatismo ao roqueiro e a seu grupo vem sendo alimentado nesses anos. Sistematicamente, desde 1996, foram lançados várias "produtos" para aplacar a ânsia e a saudade do ídolo: coletânea, Acústico MTV, registros de shows (dois discos duplos), letras perdidas, o início do Aborto Elétrico, além da manutenção constante do catálogo oficial da banda.
Desse baú, talvez só sobrem coisas um tanto esdrúxulas, como a revelação do Fantástico no domingo passado, de que Renato pensava em cantar com sertanejos, como Zezé di Camargo e Luciano, para o horror e constrangimento dos fãs mais xiitas. Alguma novidade poderia vir do cinema, mas os filmes relacionados ao roqueiro ainda são apenas esboços.
Acima do culto, às vezes forçado demais, Renato Russo e Legião Urbana vão continuar sendo importantes e celebrados por terem criado uma música universal, de fácil identificação pelos jovens de várias gerações pessoas que descobrirão suas canções, de temática muitas vezes adolescente, politizadas ou românticas, e vão pensar: "ele está falando de mim ou comigo", exatamente como tem acontecido com muitos fãs até hoje.
Nas telonas
Existem três projetos de cinema envolvendo a vida e a obra de Renato Russo. O principal é o longa-metragem "Religião Urbana", que tinha previsão de lançamento para 2006, mas foi adiado para 2007. A produção do diretor Antonio Carlos da Fontoura vai ser centrada na juventude do compositor em Brasília, dos 18 aos 23 anos. "Faroeste Caboclo", do estreante René Sampaio, ainda sem previsão de estréia, será baseado na história contada na famosa canção de nove minutos. Outra música que serve de inspiração para um filme é "Eduardo e Mônica", idéia acalentada pela atriz Denise Bandeira, amiga de Russo, mas que ainda não obteve autorização da família do músico para dar seqüência ao projeto.
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