No fundo, no fundo, se alguém poderia ser apontado como o grande responsável pela efervescência criativa que tomava conta de Hollywood nos anos 70, ele não estava na América, mas do outro lado do oceano. Scorsese, Coppola, Bogdanovich e Altman não escondiam que queriam, na verdade, fazer filmes como os de Jean-Luc Godard, Michelangelo Antonioni, François Truffaut, Akira Kurosawa e até o nosso Glauber Rocha, entre tantos.
1975 – e o cinema nunca mais foi o mesmo
Dez razões para acreditar que há 40 anos a sétima arte se transformava para sempre
Leia a matéria completa“Os poucos filmes americanos mais ousados eram nada se comparados com o que estava acontecendo no resto do mundo. Por onde quer que se olhasse, diretores de nomes impronunciáveis estavam realizando filmes sensacionais”, diz Peter Biskind sobre o início da década de 70. Enquanto os americanos se coçavam, a Europa continuava entregando obras-primas em 75: “O Passageiro: Profissão Repórter”, de Antonioni, “A História de Adele H.”, de Truffaut, e “Amarcord”, que daria a Fellini um Oscar de filme estrangeiro e uma indicação de melhor diretor, são alguns exemplos. E um olhar mais ao oriente ainda enxergaria “Dersu Uzala”, de Kurosawa.