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Em “Infância”, Anne Schönharting fotografou crianças abandonadas que são atendidas pelo governo | Fotos: Reprodução
Em “Infância”, Anne Schönharting fotografou crianças abandonadas que são atendidas pelo governo| Foto: Fotos: Reprodução

A agência

Confira os nomes (e ano de nascimento, com as cidades) dos oito fotográfos que participam da exposição Imagens da Alemanha. Eles fazem parte da agência Ostkreuz, fundada em 1990, um ano depois da queda do Muro de Berlim

Wolfgang Bellwinkel (Bochum, 1959)

Sibylle Bergemann (Berlim, 1941)

Annette Hauschild (Giessen, 1969)

Ute Mahler (Berka, 1949)

Thomas Meyer (Delmenhorst, 1967)

Jordis Antonia Schlösser (Göttingen, 1967)

Anne Schönharting (Meissen, 1973)

Linn Schröder (Hamburgo, 1977)

  • Flagrante de Linn Schröder: elefantes perto de uma igreja berlinense

Tudo na fotografia é desolação. Um garoto, com o cabelo cortado de qualquer jeito e as unhas roídas, olha para baixo enquanto come uma fatia de pão. O ambiente é um refeitório de cadeiras gastas e paredes pálidas. Os móveis e o objeto (o prato, não há talheres) são simples. As janelas, altas demais (é impossível para o menino olhar o que há lá fora). E é um pouco incômodo notar o símbolo do euro estampado das toalhas de mesa.A imagem faz parte da série "Infância", de Anne Schönharting, uma dos oito artistas que compõem a exposição Imagens da Alemanha, apresentada pelo Goethe-Institut a partir de hoje no Palacete dos Leões, prédio do Espaço Cultural BRDE (Banco Regional de Desenvol­vi­mento do Extremo Sul).A mostra reúne profissionais da Ostkreuz, agência fundada em 1990 cheia de excentricidades. Sua sede é numa região remota da antiga Berlim Oriental, num dos últimos prédios da cidade ainda sem saneamento. Quinze anos depois, levados à olhar para a Alemanha pós-Muro, os 17 fotógrafos da agência tiveram liberdade para criar séries que revelassem as mudanças experimentadas pelo país, da unificação aos dias atuais.Por meio do Goethe-Institut, a exposição – reorganizada com apenas oito dos 17 artistas – viaja o mundo e chega a Curitiba exatamente no ano em que se celebra as duas décadas da queda do muro. A seleção, feita pela própria Ostkreuz, coloca lado a lado estilos bem diversos.

Enquanto Annette Hauschild capta a espontaneidade de uma caminhada de domingo, Wolfgang Bellwinkel cria fotos meticulosamente pousadas, feitas a partir de uma pesquisa com jovens (a pergunta foi algo como "qual o seu ideal de felicidade?").

"Essas fotografias são registros de uma sociedade em transição, em que muitos se sentem inseguros – tanto na vida íntima quanto na profissional –, mas também veem chances de um novo começo", escreve a crítica Franziska Schmidt no catálogo da exposição. "Os integrantes da Ostkreuz levantam questões fundamentais da vida, tratam das diferenças entre o que é familiar e o que é estranho, questionam identidade e futuro, as necessidades pessoais e as tristezas de cada um, e criam um contraponto entre a vida cotidiana e o não-convencional."

Para Franziska, um tema recorrente nas oito séries é a noção de pátria "como um determinante político, social e geográfico, mas também como uma expressão de sentimentos e lembranças". Às vezes, os discursos dão lugar à poesia – como a dos elefantes em meio à neve no trabalho de Linn Schröders.

Serão 62 fotografias, somando as coloridas e as preto e branco, com molduras de madeira e dimensões de 52,5 cm por 62,5 cm.

Serviço: Imagens da Alemanha. Palacete dos Leões – Espaço Cultural BRDE (Av. João Gualberto, 530 – Alto da Glória), (41) 3219-8134. Abertura da exposição hoje, às 19 horas. Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30. Entrada gratuita. Em cartaz até 6 de novembro.

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