Eu chorava e os passageiros, nos bancos ao lado, em um ônibus, olhavam para mim, e não entendiam. Eu tinha nas mãos o livro Bussunda, A Vida do Casseta. Então, escondi o livro, até para não fazer contrapropaganda. Minutos depois, gargalhava continuamente. Nesses 36 anos de vida, sendo duas décadas lendo continuamente, nunca, até então, alternei de um estado emocional para o outro lendo um livro como aconteceu durante essa experiência recente.
A trajetória de Cláudio Besserman Vianna é comovente. Ele brincou com a vida. Desde muito. Desde cedo. A letra da canção "Mãe é Mãe" diz muito sobre ele: "Mãe é Mãe/ Paca é Paca/ Mas mulher/ mulher não/ Mulher é tudo vaca." Bussunda não estava revoltado com o sexo feminino como um todo. Ele fez essa canção para Angélica, a sua futura esposa, e mãe de sua filha, Júlia. Angélica, que não queria até então namorar com ele, não resistiu àquela peculiar cantada.
Guilherme Fiuza conseguiu narrar a trajetória desse sujeito que o Brasil conheceu na tela da Rede Globo, por meio do Casseta & Planeta, com uma habilidade que o credencia como um dos mais competentes escritores brasileiros da contemporaneidade.
Em um recanto longe do Rio de Janeiro, Bussunda chegaria a dedicar o pouco tempo livre para salvar uma cadela recém-nascida, desprezada pela mãe. Fazia a pequena Laica mamar, apesar da rejeição. No livro, o episódio ajuda a entender Bussunda: a exemplo da pequena Laica, ele foi o que sobreviveu ao destino. (MRS)
Serviço:
Bussunda, A Vida do Casseta. Guilherme Fiuza. Objetiva. 408 págs. Biografia. R$ 49,90.
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