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Luis Henrique Pellanda selecionou 15 entre quase 200 entrevistas feitas em 12 anos de jornal | Matheus Dias / Divulgação
Luis Henrique Pellanda selecionou 15 entre quase 200 entrevistas feitas em 12 anos de jornal| Foto: Matheus Dias / Divulgação

Lançamento

As Melhores Entrevistas do Rascunho, Vol. 2

Organização de Luis Henrique Pellanda. Arquipélago Editorial, 288 págs., R$ 39.

Livraria Arte & Letra (Al. Presidente Taunay, 130), (41) 3039-6895. Dia 4, às 19 horas. Entrada franca.

As grandes entrevistas, artigo de luxo para periódicos idólatras da síntese, guardam em sua leitura um duplo prazer. Primeiro, o de conhecer a opinião do entrevistado, raramente alguém de pouco assunto. Segundo, o prazer de ler uma entrevista pela entrevista, inteligente e abrangente, que ultrapassa a área de atuação do entrevistado e atinge um nível literário semelhante aos dos grandes diálogos da ficção.

As entrevistas do jornal literário Rascunho, fundado em 2000 pelo jornalista e atual diretor da Biblioteca Pública do Paraná, Rogério Pereira, ganham o leitor por essas razões. Organizadas pelo escritor e jornalista Luis Henrique Pellanda, as matérias são publicadas agora, pela segunda vez, em formato de livro. As Melhores Entrevistas do Rascunho, Vol. 2, publicado pela Arquipélago Editorial, será lançado hoje, a partir das 19 horas, na livraria Arte & Letra, seguindo os moldes do primeiro volume: entrevistas longas e profundas com alguns dos mais importantes nomes da literatura nacional.

"O leitor que ler o primeiro livro vai chegar a conclusões muito semelhantes sobre o segundo. Mais do que um painel da literatura brasileira, ele mostra um pouco da história do jornal Rascunho, que é algo raríssimo na nossa imprensa", comenta Pellanda, sobre a longevidade e o reconhecimento que o periódico mensal conquistou em 12 anos. Os 15 nomes escolhidos para o primeiro volume, entre eles Cristovão Tezza, Milton Hatoum, João Ubaldo Ribeiro e Luiz Ruffato, dão lugar a outros, como Ruy Castro, Ariano Suassuna, Affonso Romano de Sant’Anna, Joca Reiners Terron, Miguel Sanches Neto e Carlos Heitor Cony, que falam sobre suas obras, suas trajetórias e discorrem sobre a produção literária e a evolução política do Brasil.

O time de entrevistadores é tão diversificado quanto o de entrevistados. Desde escritores e jornalistas experientes, como José Castello, Marcio Renato dos Santos e Irinêo Baptista Netto, da Gazeta do Povo, a novos repórteres – o mais novo, a colaboradora do Rascunho, Yasmin Taketani, tem apenas 21 anos. "Uma marca forte do Rascunho é a pluralidade e a linha editorial que permite dizer o que eles querem. Não há hierarquização de repórteres nem de escritores. Ele elogia inimigos e critica amigos com a mesma liberdade", afirma o organizador.

A seleção de 15 entre quase 200 entrevistas, logicamente, passa por critérios pessoais, os quais Pellanda não nega. Mas afirma que prevalecem na coletânea o valor das entrevistas à importância das obras. "Escolhi as que acho mais relevantes para o público do Rascunho. São pessoas que foram atuantes nas últimas décadas, e que falam sobre literatura, mas também sobre educação, história, ideologia, política... Há um problema em falar só de literatura, como se ela não fizesse parte da vida. Principalmente num país como o Brasil, que tem poucos leitores, é mais do que salutar que os escritores participem desses debates", afirma o jornalista, que conclui, quando perguntado sobre a perenidade da compilação."A gente nunca pode ter certeza sobre o valor histórico de um material desses, mas não deixa de ser um documento sobre o pensamento brasileiro da nossa época."

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