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Desenhos, instalações, objetos e relevos integram a mostra | Felipe Rosa / Gazeta do Povo
Desenhos, instalações, objetos e relevos integram a mostra| Foto: Felipe Rosa / Gazeta do Povo

Exposição

Monstros

MuMA – Portão Cultural (Av. República Argentina, 3.430), (41) 3229-4484. Amanhã, às 19 horas. Visitação de terça-feira a domingo, das 10 às 19 horas. Entrada franca. Até 13 de janeiro de 2013.

  • Linguagem e estética utilizadas nas ruas ocuparão a principal sala do Museu Municipal de Arte

O grafite vai invadir, a partir de amanhã, a principal sala do Museu Municipal de Arte de Curitiba (MuMA), no Portão Cultural. Entretanto, a linguagem e estética utilizadas nas ruas estarão impressas em outros suportes, como desenhos, instalações, objetos e relevos na exposição Monstros, que será inaugurada amanhã, às 19 horas. Dez artistas – todos com um intenso trabalho de arte urbana – que desenvolvem propostas em conjunto desde 2008, foram selecionados para a mostra.

Grandes dimensões e desproporções psicodélicas, a exemplo do que já trabalham no grafite, poderão ser observadas nas criações dos artistas Anthony Nathan, Deivid Heal, Jorge Galvão, Marciel Conrado, Paulo Auma, Paulo Pq, Silvio Rodolfo, Thiago Syen, Tri e Valdecimples.

A curadora da exposição, Tatiana Alves, conta que a relação com os artistas que selecionou começou há quatro anos, quando abriu o espaço independente Acasa, no bairro São Francisco, sede de exposições, eventos, oficinas e um grupo de pesquisa sobre arte. "Agora, essa ideia está em transformação, com a mudança de nome, que passa a ser Nomeio, com a abertura de espaço para outros grupos e vertentes da arte. A mostra é uma espécie de comemoração desta nova fase."

O título Monstros, diz a curadora, fala sobre a cidade, sua construção e pluralidade de culturas. "São artistas com ideias diferentes, mas todos eles pensam Curitiba", salienta Tatiana. Questionamentos contemporâneos como o consumismo e a aparência surgem nos trabalhos de diferentes técnicas, que vão desde litografia (gravura em pedra), até pintura sobre pano. "É uma grande reflexão sobre o cotidiano", frisa a curadora.

A madeira foi o suporte escolhido pelo artista Thiago Syen para os nove trabalhos produzidos exclusivamente para a mostra. Syen, que começou no grafite em 1997, aos 14 anos – algo percebido durante muitos tempo como "pichação" – traz em seu trabalho, seja na rua ou nos desenhos, retratos de personagens e elementos do cotidiano. A literatura de cordel, tema atual de pesquisa do artista, também integra as obras. Além disso, o mar também vem influenciando Syen, tema que surgiu após uma viagem para a Ilha do Mel no começo do ano, logo depois do seu casamento. "Vi os pescadores trabalhando e toda essa ideia do mar e da rotina deles acabou entrando no que produzi."

Já Marciel Conrado, que também começou a atuar precocemente (aos 11 anos), misturou a pintura e a projeção eletrônica em uma instalação digital, chamada "Jogo 1", que também é interativa (o espectador poderá jogar uma espécie de videogame). "É algo que vem de um interesse que tenho desde criança em videogames e desenho. Tentei juntar as duas coisas, descobri alguns aplicativos e acabou dando tudo certo. É a primeira proposição que faço nesse sentido", diz o artista, que trabalha no Museu Oscar Niemeyer na área de design gráfico e também estuda licenciatura em desenho na Escola de Belas Artes do Paraná (Embap). Para ele, a mostra é uma oportunidade para que artistas que têm uma produção na rua descubram outros espaços expositivos. "Isso muda a relação do trabalho, hoje temos uma preferência por não fazer somente o grafite, mas de explorar outras formas de arte."

Edital

A exposição é a primeira a ocupar o museu pela seleção em edital do Fundo Municipal da Cultura depois da reabertura do Portão Cultural, em junho deste ano (as primeiras mostras foram montadas pela FCC com obras do próprio acervo). Como contrapartida social, os artistas realizarão dez oficinas gratuitas para a comunidade.

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