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Fotógrafo ministra palestra no Centro de Convenções

Além de vir a Curitiba para a inauguração de Genesis, no MON, o fotógrafo Sebastião Salgado ministra hoje, às 16h30, uma palestra no Centro de Convenções de Curitiba, localizado na rua Barão do Rio Branco, no Centro da cidade. O evento é também uma promoção do museu, e a entrada é gratuita.

A capacidade do local é limitada a 1,3 mil pessoas, e a entrada no espaço será por ordem de chegada. Por isso, a organização da palestra recomenda que os interessados compareçam com antecedência para conseguir um lugar. O catálogo de Genesis também estará disponível para venda no horário da palestra – depois da abertura da exposição, poderá ser adquirido na loja do MON.

Horário estendido

Além da abertura da mostra de Sebastião Salgado, hoje também é dia da Quinta + MON, projeto que deixa o museu aberto até mais tarde (às 20 horas), nas primeiras quintas-feiras do mês. Portanto, quem for ver a inauguração, pode visitar, gratuitamente, a partir das 18 horas, as outras mostras do espaço.

Palestra

Conversa com Sebastião Salgado

Centro de Convenções de Curitiba (R. Barão do Rio Branco, 370 – Centro), (41) 3322-8955. Hoje, às 16h30. Entrada gratuita – capacidade para 1,3 mil pessoas (a entrada será por ordem de chegada).

Serviço

Genesis

Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico), (41) 3350-4400. Hoje, às 19 horas (entrada franca na abertura). Visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 18 horas. R$ 6 e R$3 (meia-entrada). Até 15 de março de 2015. O catálogo da exposição estará à venda na Loja MON.

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Filhotes de elefantes-marinhos na baía de Saint Andrews parecem sorrir para o registro; uma colônia de pinguins imensa toma conta de uma área inimaginável na Península da Antártica e uma onça pintada de 120 quilos, no Mato Grosso, encara a câmera. Essa diversidade de imagens – uma jornada do planeta como ele um dia foi – é o mote de Genesis, exposição de Sebastião Salgado, ícone da fotografia brasileira, que será inaugurada hoje, às 19 horas, no Museu Oscar Niemeyer (MON). A entrada é gratuita na abertura.

SLIDESHOW: Veja imagens da exposição

A mostra, que já esteve em países como Suíça, França e Itália – no ano que vem, irá para a China, Coreia do Sul, Alemanha e Portugal, é fruto de um extenso trabalho de pesquisa e viagens de Salgado para diversas regiões do mundo: as mais remotas, com natureza intocada. Foram oito anos de estrada, com 32 viagens, para dar forma ao projeto, que também virou um livro homônimo.

"Senti emoção de fazer parte desse planeta", disse Salgado em entrevista coletiva para a imprensa na tarde de ontem, no MON. "Esquecemos que somos natureza. Um dia, eu estava no Alasca, ficava dias só, e passava horas esperando a mudança de luz. Isso é muito forte", relata ele que, pela primeira vez, priorizou os animais ao homem nas imagens.

As fotografias, que ocupam duas salas do MON, foram divididas pela curadora Lélia Wanik Salgado (companheira de Salgado há 45 anos) em cinco diferentes sessões: Planeta Sul, Santuários, África, Terras do Norte e Amazônia e Pantanal (leia mais ao lado). "São 245 imagens, conseguimos fazer um bom trabalho, colocar tudo. Estou muito feliz com o resultado", diz Lélia.

Salgado espera que as pessoas venham à exposição "para terem contato com o planeta", em um momento de alertas críticos, segundo ele. Ambientalista e militante de esquerda (ele se exilou na França em 1969, por causa da ditadura militar), o fotógrafo também fez de Genesis uma mostra política, que nos faz refletir sobre o papel da preservação ambiental, e o quanto a ignoramos.

"Nós estamos em um momento dramático – pense na falta de água em São Paulo. Destruímos as áreas ciliares, desmatamos. E dependemos muito da preservação, ressalta o fotógrafo, que idealizou o projeto ambiental Olhos D´Água, para recuperar as nascentes do Vale do Rio Doce.

Para fotografar imagens tão perfeitas da natureza, o artista conta que são necessários paciência e, sobretudo, respeito. "Tem que respeitar o território. E não só com os animais, com os vegetais também. É preciso pensar neles", fala Salgado, que define fotografia como "uma forma de vida. "Já me chamaram de fotógrafo-antropólogo, fotógrafo-economista. Mas ela é a minha vida, minha preocupação ética e social."

Doação

No início da entrevista coletiva, a diretora do MON, Estela Sandrini, disse que o museu precisa agradecer "todos os dias" pela oportunidade de trazer uma mostra que "renova, nos faz pensar e refletir". Ela também anunciou a doação de cinco obras de Sebastião Salgado, todas de Genesis, para o museu. "Isso é de uma importância enorme. Daqui a 300 anos, quem for cuidar desse museu terá aqui essas obras preservadas." As fotografias que farão parte do acervo ainda serão escolhidas pelo artista.

Salgado declarou que essa é uma prática comum dele e de Lélia – mas as doações são sempre feitas para instituições públicas, salienta. "Não é a primeira vez que doamos. São fotografias que contam uma história desse momento. E também fazemos a doação porque os museus nunca têm dinheiro para comprar, o que é um crime."

Divisões

A concepção de Genesis passa por cinco partes principais. Saiba mais sobre cada uma:

Planeta Sul

As paisagens congeladas da Antártica e seus respectivos animais fazem parte deste módulo, que inclui ainda fotografias do sul da Georgia, as Ilhas Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas Sandwich, onde vive uma espécie de albatroz gigante.

Santuários

Paisagens vulcânicas e a fauna das Ilhas Galápagos, imagens das populações anciãs da Nova Guiné e Irian Jaya, os Mentawai da Ilha Siberut (nos arredores da província de Sumatra, na Indonésia) integram a seção, bem como paisagens, vida selvagem e vegetação dos diferentes ecossistemas de Madagascar.

África

Uma impressionante variedade de imagens compõe essa parte da mostra, indo da vida selvagem do Delta de Okavango, na Botswana, até os gorilas do Parque Virunga, na divisa de Ruanda, Congo e Uganda. Há ainda registros do grupo Himba, da Namíbia, dos tribais Dinkas do Sudão, da população do Deserto Kalahari, em Botswana, das tribos do Omo Sul, na Etiópia, até as antigas comunidades cristãs do norte da Etiópia e registros dos desertos na Líbia e Argélia.

Terras do Norte

Traz as visões do Alasca e do Colorado, nos Estados Unidos, paisagens naturais do Canadá e a população indígena Nenet, no norte da Sibéria. Há também fotografias no extremo Norte da Rússia, incluindo o local de reprodução do urso polar na ilha Wrangel.

Amazônia e Pantanal

Registros da enorme floresta tropical, vista do céu, estão nessa parte da exposição, que apresenta ainda a vida selvagem do Pantanal e Mato Grosso, a tribo indígena Zo e a do alto do Rio Xingu, e os Tepuis Venezuelanos.

Veja imagens da exposição

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