Os diretores premiados pelo Ministério da Cultura para rodar o longa-metragem Circular estão convencidos de que a conquista não foi um lance de sorte. Nem um fenômeno isolado. "Não é um prêmio só nosso", diz Adriano Esturilho.
Um pólo de cinema está se formando no Paraná, dizem eles, com mais gente produzindo e aquecendo o mercado. É uma nova geração que encontrou sua própria maneira de trabalhar, mais colaborativa, não teme os meandros dos editais e não perde tempo: põe logo a mão na massa.
Aly Muritiba faz as contas. Somando os valores pagos pelo Fundo Municipal e por premiações como o Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo do Paraná, que destinou R$ 180 mil ao telefilme Gol a Gol, de Esturilho e Fábio Allon, em finalização , o grupo já arrecadou um montante de R$ 1,459 milhão para filmar curtas e longas, num período de dois anos.
O ambiente da escola de Cinema da CineTVPR/FAP tem sido importante nesse contexto. Lá o grupo se conheceu e teve estímulos para se arriscar desde cedo em produções audiovisuais. Outros colegas vem seguindo o exemplo. "A produção tem aumentado. Daqui a um ou dois anos, vamos ter uma leva muito boa", espera Allon.
"Sem a escola, a gente não teria feito", sentencia Esturilho. O lugar serviu para formar uma rede de contato com profissionais da área, contribuiu com aulas práticas e teóricas e como apoiador dos primeiros curtas. Tudo isso, direcionando o olhar do grupo para o mercado.
"É a cara da nossa geração ter a preocupação com o que vai acontecer com o filme depois de pronto", diz Bruno. O projeto de Circular, ao ser inscrito no edital do Minc, já continha os caminhos comerciais e alternativos que o filme deverá trilhar para encontrar seu público, incluindo criar um site para alimentar a curiosidade geral enquanto não chega a estreia.
Colaboração
Bruno de Oliveira chama a atenção ainda para uma mudança na maneira de os jovens profissionais ocuparem espaço no mercado. Em vez de ficar à sombra de veteranos para aprender com a experiência deles, cavando uma vaga como assistente, os estreantes vêm juntando forças e aprendendo na prática.
"Fizemos o caminho inverso, primeiro a gente se estabeleceu e depois começaram a vir as trocas de experiência", diz Allon, que, como os outros, comemora o apoio recebido de nomes como Fernando Severo, Gil Baroni e Beto Carminati, desdizendo a competitividade do círculo paranaense.
O trabalho em conjunto contou pontos na hora de enfrentar o júri do Ministério da Cultura em Brasília. "Falaram que era uma nova fórmula de fazer cinema, elevando à máxima potência o caráter colaborativo que o cinema já tem, com cinco diretores", lembra o produtor Antônio Júnior.
Se o quinteto segue um modelo, é o argentino. "São filmes pensados para a realidade do país e para o orçamento que têm. Pegam as dificuldades e transformam em beleza estética, com bons roteiros e bons atores", diz Bruno.
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