Apesar do talentoso elenco, suspense de contornos sobrenaturais frustra pelo desfecho rápido e inconsistente| Foto: Divulgação

Nem sempre as coisas ocorrem como o planejado, seja para pessoas que decidem abandonar uma vida estressante e partem em busca de tranquilidade, longe das grandes cidades, ou para diretores de cinema que começam a contar de forma convincente uma boa história, mas perdem a mão no decorrer da trama e entregam um filme esquizofrênico para o público. Em A Casa dos Sonhos, um misto de thriller com contornos sobrenaturais, aconteceu algo parecido.

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O personagem é um editor que abandona uma carreira promissora numa grande editora de Nova York para dedicar-se à família numa casa de subúrbio. O diretor é o irlandês Jim Sheridan, competente autor de filmes como Meu Pé Esquerdo e O Lutador (ambos com Daniel Day-Lewis), que não conseguiu efeito semelhante neste novo trabalho, apesar do talentoso elenco escalado.

A história até que começa bem, com a apresentação do personagem que sacrifica sua carreira bem-sucedida para aplacar sua consciência de pai e marido ausente, dispondo-se a participar mais ativamente do núcleo familiar, inclusive na reforma da casa que adquiriram e onde querem criar as duas filhas pequenas. Como o cartaz do filme já sugere, a casa possui algo de estranho e as duas crianças estão envolvidas. Will Atenton (fique atento ao nome do personagem, porque ele é a chave para desvendar um mistério), interpretado por Daniel Craig (que viveu 007 em Cassino Royale) é o chefe de família que abandona a carreira para se dedicar às três mulheres de sua vida. Enquanto ele investe seu tempo na preparação de um livro, encomendado por sua antiga editora, sua mulher, Libby (Rachel Weisz), cuida da restauração da casa.

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A vida familiar transcorre às mil maravilhas, mas o que eles não sabem é que a casa onde vivem foi palco de um massacre: o pai, Peter Ward, matou a mulher e as duas filhas a tiros. Internado numa instituição psiquiátrica, acabou liberado após um período de tratamento. Quando um estranho começa a aparecer para as crianças, Will teme que Peter tenha voltado para o local do crime. Will procura a polícia, mas o xerife não lhe dá ouvidos. Uma vizinha, Ann Patterson (Naomi Watts), não responde às perguntas de Will sobre o crime que abalou a comunidade, mas pode saber mais do que demonstra. O que parecia uma história de suspense ganha contornos sobrenaturais. E é justamente nessa mudança de chave que o filme começa a desandar até chegar a um desfecho rápido e inconsistente. Fica um travo de frustração para quem esperava uma chave de ouro para fechar a história.

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