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Camila Pitanga (Isabel) e Lázaro Ramos (Zé Maria): os pensamentos modernos dela em relação à posição social da mulher entram em conflito com o pensamento do noivo | João Cotta/TV Globo
Camila Pitanga (Isabel) e Lázaro Ramos (Zé Maria): os pensamentos modernos dela em relação à posição social da mulher entram em conflito com o pensamento do noivo| Foto: João Cotta/TV Globo
  • Constância (Patrícia Pillar) rasga o diário da filha Laura (Marjorie Estiano), observada por Alice (Juliane Araújo)

Entrar nos estúdios de Lado a Lado é como embarcar em uma viagem no tempo e retornar para 1903. Retratando uma época em que mesmo com o Sol forte de 30º no Rio de Janeiro, os homens andavam de casaca de lã e se cumprimentavam com um "Vive la France", os cenários e figurinos estão entre os destaques da nova novela das seis da Rede Globo, que estreia dia 10 de setembro.

Se no roteiro de João Xi­menes Braga os assuntos são sérios e até um pouco dramáticos, como o surgimento da mulher moderna na sociedade brasileira e a estabilização dos negros pós-abolição da escravatura, o clima na gravação é outro. Coordenados com o bom-humor criativo de Denis Carvalho, o elenco de primeira composto por Camila Pitanga, Lázaro Ramos, Marjorie Estiano e Thiago Fragoso no núcleo principal trabalha muito, mas também se diverte.

Entre uma cena e outra, quando a concentração dos atores e os cuidados com detalhes mínimos de cenário e áudio ganham uma pausa depois de serem levados tão a sério, o clima não poderia ser melhor: "Baianos veados para fora; lésbicas no estúdio", grita o diretor, brincando com a saída de cena de Lázaro e a entrada de Pitanga no cenário. "A gente sempre se diverte muito. O clima nos estúdios com o Denis é sempre assim, uma delícia!", disse Camila logo depois de direcionar-se para a câmera e responder às brincadeiras de Denis: "Ô diretor, tem imprensa aqui hein! Eles tão achando que é com eles", ri.

Na novela, Pitanga vai viver Isabel, uma mulher à frente do seu tempo. Filha de um ex-escravo, a jovem corajosa luta pela independência e melhor posição social da mulher. Além dos vários conflitos evidentes que a personagem vai viver para atingir os objetivos, ela ainda terá de superar muitos desafios para ficar com o grande amor, Zé Maria, vivido por Lázaro Ramos. "A Isabel tem a visão dos dois lados da sociedade na época. Ao mesmo tempo em que mora em um cortiço, ela trabalha como empregada de uma francesa e aprende muito da vida. Acho que a minha maior semelhança com a personagem é que ela é uma batalhadora. E eu sou assim, nada que conquistei foi de presente", compara a atriz enquanto ajuda a cabeleireira a tirar uma longa peruca de cachos presa aos seus cabelos.

Entre os grandes dilemas de Isabel está o fato de o noivo Zé Maria, vivido por Lázaro Ramos, não concordar com muitos dos pensamentos progressistas da moça. "O Zé é um herói da época, que tem pensamentos políticos já formados, é um homem trabalhador e de ótimo caráter, mas que ainda resiste a aceitar algumas coisas relacionadas à posição da mulher. Ele se incomoda, por exemplo, que a mulher ganhe mais que ele, que valorize a vida profissional, que queira pagar uma conta...", explica Lázaro Ramos, que logo brinca e volta a entrar no clima divertido dos bastidores: "Eu acho importante ter esse cavalheirismo no relacionamento, ser gentil, oferecer um presente, pagar a conta... Mas também não vejo problemas em dividir o restaurante, até deixo pagar tudo se quiser!", brinca Lázaro.

Como se o casal protagonista já não tivesse problemas suficientes, a vilã Berenice, vivida por Sheron Menezes, vai fazer questão de complicar as coisas. "Ela não é uma Carminha [personagem de Adriana Esteves na novela Avenida Brasil], mas é uma pessoa ruim, movida pela inveja que sente da Isabel. Muitas vezes, ela usa da sensualidade dela para conseguir o que quer", adianta Sheron. O que explica o figurino da Berenice: o único que tem mais decote, ombro de fora e nada de anágua. "A falta de anágua resume muito, né?", diz a atriz.

Destaques

Para Denis, o maior desafio da novela é retratar o século 20 e contar o início de tanta coisa importante no país, como o nascimento das favelas, do samba e a chegada do futebol. "Por ser uma novela de época, a gente tem que ter um cuidado especial. O Rio está cheio de obras e hoje tem ar condicionado e antena parabólica para tudo que é lado. Então, além dos cenários, a gente fez algumas cenas no centro histórico de São Luís do Maranhão. Mas o mais importante é que a novela conta o avanço da sociedade", afirma.

Walter Carvalho assina a direção de fotografia que, aliás, promete surpreender o público. Entre os artifícios, uma espécie de neblina cenográfica no estúdio está entre as ideias para levar o telespectador a 1903.

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