O título da peça não inspirava muita confiança: Não Sou Feliz, Mas Tenho Marido. Seria a história de uma "Amélia" convicta ou algum tipo de auto-ajuda para esposas desesperançosas? Que nada.
A comédia estrelada por Zezé Polessa no último sábado (13) fez a platéia do Guairão rir ao descontrole, mas também parar para pensar um pouco sobre as relações matrimoniais. Conseqüências inevitáveis da direção dinâmica; do talento da atriz, que mantém a devotada atenção do público em duas horas de monólogo; e do texto fluido, impregnado de um humor que é fruto da observação atenta do cotidiano entre casais e seus filhos.
A divisão do trabalho em casa: ela lava, ele suja; ela passa, ele amassa. Os esforços femininos por algum reconhecimento. As frustrações que dissolvem qualquer ilusão romântica. As incompatibilidades sexuais. A competição com os rivais da esposa: o carro e a tevê, até que, finalmente apareça a mais temível e definitiva, a ninfeta. Um a um, os atritos da convivência capazes de minar um casamento são lembrados pelo texto da argentina Vivianna Gómez Thorpe, que desvia os clichês e fala muito de perto às espectadoras e, arriscaria dizer, aos espectadores. A identificação surge em poucos instantes.
A platéia é generosa diante da atriz mais conhecida por seus trabalhos na tevê, não poupa aplausos em cena aberta. O carisma de Zezé Polessa só não é maior do que sua disposição para desdobrar-se em versões de uma mesma mulher a dona de casa, a sofredora, a desejosa, a má. Esta faceta, por exemplo, diria que a melhor maneira de chegar ao coração de um homem é com uma faca. E pelas costas.
A personagem, porém, é mais complexa. Ela acredita no casamento. Ao menos, como um grande desafio.
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