As imagens, os sons e os cheiros da biodiversidade brasielira tomaram conta dos 10 mil metros quadrados do pavilhão de exposições do Expo Trade Pinhais, a 20 minutos do centro de Curitiba, onde ocorre a convenção das Nações Unidas sobre biodiversidade e biossegurança. Nesse espaço, 100 expositores mostram o que estão fazendo pela conservação das mais diferentes formas de vida no Brasil. O passeio é acessível a qualquer pessoa, das 9 às 21 horas, sem a necessidade de credenciamento, e pode ser feito também no fim de semana.
Logo na entrada, um paredão feito de caixas de papelão reciclado tem à frente, no chão, um mapa de 10 metros quadrados do Brasil com seus seis biomas: a floresta amazônica, a floresta atlântica, o cerrado, o Pantanal, a caatinga e os campos sulinos. Bioma é o conjunto de seres vivos de uma determinada área, e estes formam a mais rica variedade de vida do mundo. O Brasil tem a maior diversidade entre os 17 países chamados megadiversos.
A Companhia Vale do Rio Doce não fala em valores, mas não economizou no estande de 280 metros quadrados. É, disparado, o mais charmoso da exposição, com muitas plantas, madeira, vidro e pedras. Partindo de uma cascata artificial, arcos de madeira simulam um arco-íris pelo qual se pode passar por baixo. A madeira, diz a assessoria, é toda ela certificada e as plantas vêm da reserva natural da empresa em Linhares (ES). Ali será realizado no dia 27 um café literário com os autores do livro Biodiversidade: para comer, vestir ou passar no cabelo?
Outros estandes também são agradáveis aos olhos mesmo de quem não faz a menor idéia do que seja biodiversidade. O espaço montado pela prefeitura de Curitiba tem imensas imagens da cidade e, ao centro, uma revoada de dezenas de gralhas azuis, ave símbolo do Paraná. Já o destaque no estande do governo do estado é uma maquete em alto relevo do Paraná, mostrando a cronologia do desmatamento desde 1890. Neste sábado, resta menos de 5% de cobertura florestal.
Para entrar na área de exposição não é preciso estar participando da convenção da ONU. O ministério cedeu a órgãos do governo, ONGs de pequeno porte e sociedade científica 60% do espaço destinado a exposições. A cessão gratuita dessa área ao governo fez parte da negociação que garantiu a vinda do evento a Curitiba.
Os 40% restantes do local de exposição foram comercializados pela administração do Expo Trade, que passou dois meses preparando o lugar para a convenção da ONU. Gastou R$ 2,5 milhões para deixar o lugar à altura do tema discutido por técnicos de 94 nacionalidades. Construiu um auditório para 4,5 mil pessoas e ampliou a praça de alimentação de modo a atender 4 mil pessoas num intervalo de apenas uma hora. Há 48 espaços para eventos, entre eles algumas salas especiais, como a destinada às orações dos muçulmanos presentes à convenção.
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