"Será que eu tomo meu rivotril agora?". Assim começa Insone, uma peça de apresentação única que aconteceu no Memorial de Curitiba nesta quinta-feira (27). A peça, repleta de música e movimentos excêntricos, retrata o dia-a-dia numa sociedade com preocupações ininterruptas.
Com um ar intimista, os atores se dispõem em roupas brancas, semelhantes a pijamas, deitados sobre um grande colchão no meio do palco. A apresentação mostra de forma intrigante e expressiva como é lidar com a necessidade de descanso contra as exigências de um mundo cada vez mais acelerado.
A iluminação e sonoridade comandam os sentidos da plateia durante a apresentação, prendendo a atenção e intrigando o público em meio aos movimentos singulares dos atores. O tempo dilatado é trabalhado minuciosamente para que o espectador possa apreciar cada cena, enquanto ao mesmo tempo, ouvimos trechos do "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa, mesclados com textos originais de Fernando Marques, dramaturgo e diretor da peça.
O drama experimental foi criado em 2011, em Vitória-ES, e faz parte da "Mostra ES em Cena", que veio ao Festival de Curitiba para exibir ao público brasileiro como é a cena teatral capixaba, com o intuito de estimulá-la. Os 5 grupos participantes da mostra fazem parte do Fringe, com entrada gratuita e um bate-papo com os atores após a peça.
Durante o bate papo, os atores do Grupo Z contam que sempre se machucam ao encenarem a peça, que em sua origem era apresentada apenas em uma sala de estar, trazendo mais veracidade ao espetáculo. Segundo os atores, o público sempre apresenta reações diversas, os risos sempre acontecem devido às danças extravagantes.
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