Cecília Kerche apresentou uma inédita conferência dançada que lotou o Teatro Juarez Machado| Foto: Nilson Bastian/Divulgação

Feira da Sapatilha do Festival de Dança de Joinville. Enquanto o coreógrafo Wagner Alvarenga dá piruetas sobre um pedaço de madeira, um grupo de bailarinos mineiros se diverte posando para fotos. Logo adiante, no mesmo corredor, os dançarinos Allan Lemaja e Flávio Soul ensaiam uma coreografia de hip-hop na frente do estande do empresário Rodinei Elorza, que reveza o olhar entre a dança e as sapatilhas que organiza. Ao final do corredor, dezenas de pessoas assistem à apresentação de uma companhia de dança da Rocinha, enquanto, do outro lado da rua, a bailarina Cecília Kerche fala sobre músculos e bolhas nos pés.

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A reportagem da Gazeta do Povo foi a Joinville na última terça-feira, 23, para acompanhar apresentações e o ritmo da cidade durante o 31.º Festival de Dança, que se encerra hoje. O frio em torno de 7°C não foi páreo para centenas de dançarinos de todo o país. Alguns corajosos enfrentaram a tarde gelada para fazer pequenas apresentações nos sinaleiros e arrecadar dinheiro. No Shopping Mueller, onde fica um dos palcos abertos, viam-se dançarinos alvoroçados e o público curioso no aguardo das apresentações.

Na edição de 2013, a previsão é de que aproximadamente 230 mil pessoas assistam às atrações do festival, que ao todo conta com 220 horas de apresentações.

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Miscelânea

Gorros, bonés, chapéus, coques, plumas, flores, moicanos, cabelos roxos e alaranjados. A heterogeneidade do festival se via nas dezenas de cabeças pensantes – e dançantes – que lotaram a plateia do Teatro Juarez Machado para ver e ouvir a inédita conferência dançada de Cecília Kerche. Principal bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Cecília era uma das mais aguardadas atrações do evento. Falando e dançando, a bailarina abordou detalhes da formação em dança desde a primeira aula até a atuação profissional. Os presentes puderam apreciar trechos de repertórios como Don Quixote e Bela Adormecida, além de ouvir sobre dificuldades como lesões e limitações.

Alguns preferem os tênis às sapatilhas. Allan Lemaja, profissional em danças urbanas, começou a participar do evento como competidor e, em 2012, foi chamado para compor o júri. "No início, participar do Festival de Joinville era o momento que eu mais esperava no ano, então foi uma realização ser convidado para ser jurado", conta. Hoje, o dançarino ministra cursos e workshops na Europa e também comanda sua própria academia de dança, Out of Bounds, em Praga, na República Tcheca, com a qual já participou de grandes competições, como o programa televisivo Britain’s Got Talent.

Comércio

Além da dança, o evento fomenta o comércio local e nacional com a Feira da Sapatilha. O empresário Rodinei Elorza, que participa desde a primeira edição com o estande da Capezio, conta que esperou a data para lançar um tênis da marca. "Aqui é o teste, nós lançamos o produto na feira e, se for bem vendido, está aprovado para as vendas nos outros lugares", conta.

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O bailarino, coreógrafo e diretor Wagner Alvarenga participa do evento desde 1985 e destaca o crescimento que acompanhou: "No início era um pouco precário e hoje é uma coisa imensa, é aqui que a gente tem contato com a boa dança. O fio condutor continua o mesmo, a paixão por dançar", diz.

O festival chega ao fim na noite de hoje, com apresentações dos primeiros lugares da Mostra Competitiva na Noite dos Campeões.

A jornalista viajou a convite do evento.