Berlim, Alemanha Um dia chuvoso, temperado pelo conhecido vento gelado do inverno berlinense, marcou o início da 57.ª edição do Festival de Berlim, na última quinta-feira. Abrigada na temperatura aquecida do interior dos cinemas, no entanto, a Berlinale 2007 começou razoavelmente bem. La Môme, de Olivier Dahan, que dá partida à caça aos prêmios Urso, teve uma receptividade que pode ser classificada como calorosa por parte da platéia na sessão prévia para a imprensa.
O filme, cujo roteiro também foi escrito por Dahan, é a história da lendária cantora francesa Edith Piaf, um dos maiores nomes do show biz na história. A artista tornou-se famosa sob o nome artístico de La Môme Piaf (o pequeno pardal). Muito pequena de estatura tinha apenas 1,42 metro Piaf crescia quando cantava. Sua voz era considerada entre as melhores do mundo.
O elenco é liderado por Marion Cottilard no papel de Piaf, que tem um desempenho excelente. La Môme também conta com nomes conhecidos do cinema francês, incluindo Gérard Depardieu, Emmanuelle Seigner, Sylvie Testud e Clotilde Courau.
O longa é centrado na carreira da cantora e na sua tumultuada vida, com muitos acontecimentos trágicos. Casada duas vezes, o grande amor de sua vida, no entanto, foi o boxeador Marcel Cerdan, morto num acidente aéreo em 1949. Louis Leplée (Depardieu), o proprietário de um clube noturno que descobriu Piaf, foi brutalmente assassinado pouco tempo depois. Por outro lado, ela estava sempre cercada por ricos e famosos, que eram seus amigos: Charles Aznavour, Yves Montand, Jean Cocteau (que morreu um dia após ela), seu empresário Louis Barrier e Marlene Dietrich.
Retrato da artista
Após a projeção, houve uma concorrida coletiva, da qual participou o Caderno G. O diretor chegou acompanhado de Cottilard, Testud, Seigner (que interpreta uma prostituta) e Jean-Pierre Martins, que vive Marcel Cerdan. Dahan explicou que não pretendeu fazer uma biografia e sim um retrato de Piaf. "Além disso, eu procurei enfatizar as partes da vida dela que mais me interessavam. E também não quis passar qualquer mensagem no filme", afirma.
Muito elogiada pelo desempenho como Piaf, Cotillard diz que a personagem é muito rica, mas mesmo assim foi muito difícil cobrir sua vida dos 19 aos 40 anos, já deformada por diversas doenças. "Tive de trabalhar muito e achar lugar para duas pessoas, pois não queria apenas imitar Piaf. Tentei dar vida a ela", conta a atriz, complementando que, após o término do filme, precisou de algumas semanas para se descompor do personagem. "Foi difícil eu me livrar até da forma dela andar, por exemplo", complementa.
Cottilard, de 32 anos, definiu o que representa Piaf para sua geração: "Ela é uma lenda francesa e foi uma mulher muito avançada para o seu tempo. Em um período da minha vida, quando tinha 20 anos, me interessei muito por música, mas foi por canções totalmente diferentes das que Piaf cantava. Mas foi muito comovente ter tido a oportunidade de estudar sua vida e, nesse aspecto, eu procurei ir fundo, lendo tudo que podia sobre ela".
A Berlinale vai até o dia 18 e tem, nesta edição uma boa representação brasileira. Além de estar na mostra competitiva com O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, o Brasil participa com três filmes nas paralelas: Deserto Feliz, de Paulo Caldas, e A Casa de Alice, de Chico Teixeira, na Panorama; e Antônia, de Tata Amaral, que vai abrir a Generation 14 Plus, uma mostra dedicada aos jovens.
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